«Um Primeiro Ministro»
Fora a gente sem nome que fez do PS um modo de vida, não há ninguém na política ou no jornalismo que se atreva a justificar o primeiro-ministro, José Sócrates. Não me lembro - excepto em ditadura - de nenhum homem público tão profundamente execrado. O desprezo e a hostilidade variam de tom e pretexto, mas Sócrates conseguiu unir Portugal inteiro contra ele. E não só por causa do PECIII, que infalivelmente nos levará à miséria (embora isso também conte). O que o cidadão comum detesta é a pessoa: a pessoa que ele exibe no Parlamento e no país. E que, se ainda não recebeu ordem de despejo, é porque o PSD e o dr. Cavaco não querem agravar a crise com um vácuo de poder na cena doméstica.
Nesta extravagante situação, é curioso relembrar como apareceu (e cresceu) a criatura que nos levou à ruína. Sócrates veio da província com a ambição de fazer carreira. Como educação formal, não foi além de um vaguíssimo diploma de engenheiro, extraído à complacência de uma universidade privada. E, como profissional, não se lhe conhece um currículo respeitável. E, no entanto, "subiu". "Subiu" sob a protecção de António Guterres, que fez dele deputado, secretário de Estado e, depois, ministro (do Ambiente).
Não se percebe o que Guterres viu na criatura. Obediência? Dedicação ao trabalho? Algum jeito para a intriga partidária? Não se sabe. O certo é que Sócrates com certeza o serviu fielmente. E, quando Guterres um belo dia se escapou, Sócrates, que não valia nada, emergiu de repente como um candidato plausível a secretário-geral do PS. Porquê? Por causa da RTP, que o resolveu escolher para um debate semanal com Pedro Santana Lopes. Sócrates "passa" bem na televisão (como é obrigatório num político moderno) e essa presença constante em casa de cada um acabou por o tornar numa espécie de encarnação do PS. O resto correu segundo as normas.
Durante a campanha contra Manuel Alegre e João Soares, peritos de publicidade arranjaram maneira de ele não se comprometer com coisa nenhuma (uma técnica também obrigatória) e de mentir no caso de um aperto (sobre impostos, claro). Sócrates ganhou; e ganhou, a seguir, a maioria absoluta. Na noite da vitória não agradeceu ao país, com que nunca no fundo se importou. Agradeceu ao PS, a que devia tudo. E, assim, Portugal recebeu do céu (na verdade, do Largo do Rato) um primeiro-ministro, obscuro e vácuo, que não lhe merecia, em princípio, a menor confiança. Mas, tendo votado nesse grosseiro produto do PS, agora não se deve queixar.»
(Vasco Pulido Valente, in Público, 03/10/2010)
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puuummm!... rebentei com este país!
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3 comentários:
"...peritos de publicidade arranjaram maneira de ele não se comprometer com coisa nenhuma (uma técnica também obrigatória) e de mentir no caso de um aperto (sobre impostos, claro)..."
Ora bem! Peritos (outros aldrabões)que ensinam o mentiroso a mentir ainda mais! É tudo uma corja, uns zero à esquerda a encherem-se à conta do erário público. Que gentinha tão reles!
Desde o primeiro dia dele como ministro do Ambiente que eu o "topei"!...
Desde o dia das eleições em que este zé-povo lhe deu a maioria absoluta, que eu sabia que era este zé-ninguém que iria destruir totalmente este país!...
E aí temos a sua obra...
O País está desgraçado Milan!
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