Tão actual hoje como o era em 1971... ou talvez ainda mais do que então!
Jorge de Sena
A Canalha
Como esta gente odeia, como espuma
por entre os dentes podres a sua baba
de tudo sujo nem sequer prazer!
Como se querem reles e mesquinhos,
piolhosos, fétidos e promíscuos
na sarna vergonhosa e pustulenta!
Como se rabialçam de importantes,
fingindo-se de vítimas, vestais,
piedosas prostitutas delicadas!
Como se querem torpes e venais
palhaços pagos da miséria rasca
de seus cafés, popós e brilhantinas!
Há que esmagar a DDT, penicilina
e pau pelos costados tal canalha
de coxos, vesgos, e ladrões e pulhas,
tratá-los como lixo de oito séculos
de um povo que merece melhor gente
para salvá-lo de si mesmo e de outrem.
7 de Dezembro de 1971
Publicado na revista Hífen, Porto, nº.6, Fevereiro 1991.
2 comentários:
Costuma-se dizer que a merda é sempre a mesma e que só mudam as moscas. E tem o seu fundo de verdade.
Há sempre ladroeira em qualquer época mas hoje, de longe, há muito mais ladroeira, muito mais merda e muito mais moscas. Diria melhor... varejeiras! Bzzz!
No Natal vou oferecer às varejeiras da AR o perfume ideal: Sheltox.
:))****
E eu acompanho-te... com uma embalagem de raticida!...
:))**
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