sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"Com que voz"... Amália pelo violino de Natalia Juskiewicz

.



Natalia Juskiewicz é uma violinista polaca que reside em Portugal há vários anos. Titular de um diploma superior em estudos clássicos de violino pela Academia de Poznan, uma das escolas mais conceituadas do mundo, muito cedo iniciou a sua carreira musical como intérprete solista ou integrando orquestras e formações polacas de prestígio internacional. 
Durante umas férias, apaixonou-se por Portugal e decidiu ficar. Adaptou-se facilmente à língua e à cultura portuguesas e foi desenvolvendo, a solo ou fazendo parte de inúmeras orquestras e grupos musicais, um novo e variado percurso profissional que a levou a percorrer inúmeras vezes o país onde hoje se sente em casa.  (Retirado da sua página)
  
 
.
 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A vergonha... ou a falta dela!


.
Luis Campos e Cunha

O poder, em sentido lato, é dominado crescentemente por pessoas que não sentem nem têm vergonha.

Há muita gente com vergonha da falta de vergonha que por aí impera.  A vergonha é um dissuasor de comportamentos sociais pouco éticos.  A falta dela conduz ao "vale tudo", e cada um de nós fica a saber que a simples chamada de atenção pública para um problema não é suficiente.  Ou seja, ficamos impotentes perante a falta de vergonha, pois não basta denunciar as situações.

Um dia, em Montargil, uma senhora pobre e de muita idade dizia-me que a sua família eram pessoas de muita vergonha.  Foi-me dito há mais de um quarto de século e nunca mais ouvi tal expressão, que não conhecia mas também nunca esqueci.  O que ela queria dizer é que, sendo pessoas de muita vergonha, eram pessoas honestas.  É a expressão acabada da vergonha como dissuasor ético de quem vive em comunidade.

No passado recente, apenas há alguns anos, uma gafe ou apenas um pequeno escândalo eram suficientes para um ministro se demitir.  Foi assim quando houve dúvidas (sublinhe-se, aliás, que não foram confirmadas) sobre um pagamento de sisa por António Vitorino.  Ou quando Carlos Borrego contou uma anedota de mau gosto (e que todos já conhecíamos) sobre as pessoas que morriam no hospital de Évora.  Um ministro que meteu uma cunha para a filha entrar em Medicina, logo que se soube, demitiu-se.  Em todos os casos eram pessoas de muita vergonha.
Lembro-me, quando em cargos públicos, de reler os meus discursos com a ideia de que poderiam ser lidos pelos meus alunos ou colegas de Faculdade.  E sempre pensar que teria vergonha se eles pensassem que eu dizia uma coisa na Faculdade e outra no Parlamento ou numa entrevista a um jornal.  Eram intervenções políticas e, como tal, nunca seriam uma aula, mas nos raciocínios económicos subjacentes não podiam contradizer o que tinha aprendido e ensinava.

Pelo facto de sermos um país pequeno e com uma pequena elite, em que todos se conhecem, a vergonha, quando existe, é um dissuasor moral muito eficaz.  Para toda a vida nos recordaremos de pessoas públicas envolvidas em simples casos, muitas vezes sem fundamentação, ou em casos de incumprimento de obrigações fiscais ou pequena corrupção (a grande corrupção parece não existir em Portugal, a avaliar pelo número de condenações em tribunal).  Ou seja, o simples facto de todos nos conhecermos, e de estarmos condenados a ver-nos regularmente nas mais diversas ocasiões, leva a que, quando há vergonha, as pessoas em serviço público cumpram a lei e as regras da decência nas nomeações e na gestão da coisa pública.  Muitos cumpriam (e continuam a cumprir) por imperativo de consciência, mas outros o faziam por simples vergonha de serem descobertos.  Esta parte está a acabar.
Nesse sentido, penso que Portugal era menos corrupto há dez ou quinze anos do que é hoje em dia.  Aliás, os indicadores internacionais de percepção da corrupção colocam neste momento Portugal numa situação vergonhosa.  Por falta de vergonha de muitos agentes políticos.

Como se chegou aqui?  Penso, mais uma vez, que é o resultado do mau funcionamento da justiça aliado a uma comunicação social sensacionalista.  A falta de resposta e a morosidade por parte da justiça e da investigação é embaraçante e conduz à impunidade.  Quem não tem vergonha fica sem sanção. 

Por outro lado, uma imprensa e uma televisão populistas e em busca desesperada de audiências fazem o resto.  A população não acredita no que lê e no que ouve e, por outro lado, acusa-se e condena-se sem provas e sem direito a defesa, no tribunal da populaça.
O defunto semanário O Independente ainda começou bem, mas rapidamente acusou, julgou e puniu sem ouvir o réu.  Lembro-me de o ter deixado de comprar (e ler) por volta de 1992, quando me apercebi da pulhice que estavam a fazer a um amigo.  O Independente foi, em muitos casos, uma escola de mau jornalismo que, para nossa infelicidade, fez escola.  Há, como é óbvio, ainda muitas excepções entre a classe dos jornalistas que, crescentemente, apenas confirmam a regra.

A acusação publicada e permanente de pessoas, com casos e com pseudo-casos, leva a que as pessoas de vergonha se afastem da causa pública.  É um fenómeno de selecção adversa, pois, pelos constantes vexames públicos, cada vez mais, só pode exercer cargos políticos quem não sentir vergonha.  E quem não sente vergonha é porque não tem vergonha.  É mau, mesmo muito mau, para a democracia e para todos nós.
Como é possível que os casos dos sobreiros, da cova da beira, do freeport, da universidade independente, da face oculta, dos contentores, dos projectos engenheirais, do bpn, da tvi-pt, dos submarinos não passem de pequenos incidentes (e por isso os escrevo com letra minúscula)?  São casos que atravessam (quase) todos os partidos e nada se sabe e nada acontece.  E o pouco que acontece é anos e anos tarde demais e muitas vezes envolto numa neblina que apenas confunde e nada esclarece.  A justiça e a comunicação social têm um problema sério.  E nós temos um problema grave. 

O poder, em sentido lato, é dominado crescentemente por pessoas que não sentem nem têm vergonha.  Os que ainda têm vergonha terão vida política curta, no actual estado de vivência democrática.

(Luís Campos e Cunha(*), in PÚBLICO, 20/08/2010)


(Nota: - imagens e sublinhados colocados por mim)
_______________________________________________________________

(*) - Luís Campos e Cunha é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. A nível político, foi militante do Partido Socialista logo após a Revolução do 25 de Abril de 1974, abandonando este partido algum tempo mais tarde, mantendo-se, todavia, na área do PS mas com o estatuto de independente. Em 1996, Campos e Cunha foi nomeado vice-governador do Banco de Portugal, mantendo essas funções até 2002.
A 12 de Março de 2005, Luís Campos e Cunha foi nomeado ministro das Finanças do XVII Governo do primeiro-ministro José Sócrates, lugar que abandonou 4 meses mais tarde, em Julho de 2005, altura em que foi substituído por Teixeira dos Santos, que tomou posse a 21 do mesmo mês. - (fonte: Infopédia)

.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

E como são "incómodos" os jornalistas de investigação!...

.

Repórter TVI: «Abutres» retrata a corrupção no seio do Estado


Em tempo de crise económica, financeira e de valores, o debate sobre a criminalização do enriquecimento ilícito está na ordem do dia.  A moralização da vida pública é cada vez mais uma necessidade que ninguém contesta.  A corrupção, a fraude, o branqueamento, o tráfico de influências e a gestão danosa no seio do sector público minam qualquer estado de direito.  E criam, por outro lado, pobreza e desde logo mais desigualdade.

 
(clicar na imagem para ver o video da reportagem)


«Abutres» é uma reportagem de investigação de Rui Araújo, Rui Pereira e Carlos Lopes, que retrata o caos vigente no seio de algumas empresas do Estado.  No final, quem paga a factura é sempre o contribuinte.  O Estado perdeu 104 milhões de euros com as empresas da holding PARPÚBLICA no primeiro semestre de 2010.

.

Pecado Capital... até quando vamos admitir este saque?

.



Portugal continua a sustentar uma capital imperial, mesmo quando já não há império. Sem o velho imenso território, de Melgaço a Timor, a Lisboa centralista entretém-se hoje a colonizar o continente.  O regime político vigente impõe-nos um modelo de desenvolvimento (?) monstruoso em que se sacrifica todo o território aos privilégios da corte.

Para alimentar este sistema, os portugueses são fustigados com mais e mais impostos, cujo primeiro objectivo é o de sustentar uma oligarquia imensa instalada na capital. 
Esta casta é constituída por membros de umas tantas famílias que se distribuem pelos cargos de alta direcção da Administração Pública.  Ocupam, de forma rotativa, os postos que conferem maiores regalias. Estes "boys" de luxo saltam dos ministérios para o Parlamento, daqui para os tribunais superiores, pululam entre os melhores "tachos", usufruem de todas as vantagens.
À sua volta e para os servir, concentra-se um séquito de funcionários. Só nas imediações do Terreiro do Paço, num raio de três quilómetros, estão sediados cerca de 60 mil funcionários públicos, distribuídos pelos mais diversos serviços governamentais.  Estranhamente, há ainda milhares de empregados do Estado em ministérios cujos serviços estão descentralizados, como a Saúde ou a Segurança Social.  Há até funcionários do Ministério da Agricultura que vivem em Lisboa e nunca devem ter visto uma couve.  Mas a situação mais bizarra sente-se na Educação, onde mais de mil milhões de euros do respectivo orçamento são derretidos no gabinete ministerial.  E tudo isto, ao mesmo tempo que fecham escolas na província.

Mas não só.  Enquanto no Norte o desemprego cresce sem parar e o Interior se desertifica, ao mesmo tempo que pelo país encerram escolas, tribunais e serviços de saúde - na capital, todos os investimentos e esbanjamentos são possíveis, todos os pecados são permitidos: - mais auto-estradas, expansão do metropolitano, nova travessia do Tejo, mais um aeroporto, novos teatros e museus...

Na capital não há limites, nem para a imaginação, nem para gastos incomensuráveis. Lisboa continuará a absorver todos os recursos do país.

Até quando vamos admitir este saque?

(Paulo Morais, in JN, 19/01/2011)

.

O anjo negro da vingança*

.



No seu discurso de vitória, sobre a "vil baixeza" que foi a campanha para estas presidenciais, Cavaco Silva afirmou que "Era bom para a democracia" que "os nomes" das pessoas que contribuíram para a "campanha de calúnias, mentiras e insinuações" fossem divulgados.  A seguir, desafiou a comunicação social a divulgar os autores da suposta maquinação.  "A honra venceu a infâmia", concluiu.

Como eu gosto de ver estes democratas a babarem-se para o ajuste de contas, para a "vendetta" contra todos aqueles que se atreveram a fazer-lhe perguntas a que ele não queria, ou não podia, responder.  A vil-baixeza de perguntar, a infâmia de sequer imaginar que algo podia macular a sua pureza.  O cadafalso é pouco para eles.
Mas, o ter vencido não será suficiente para que se considere respondidas as perguntas a que nunca respondeu.  Os Oliveiras e Costas, os BPNs, as Aldeias das Coelhas e as Acções continuam a existir e as respostas a ser necessárias.  Cada vez mais.

* (Retirado DAQUI )
.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Acabadas as eleições... segue-se a festa! e que festa!...

.




.

Momento de raiva - "Afinal o que importa... é rir de tudo!"

.



A propósito de eleições presidenciais...


Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura.
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado, de ter horas de ócio.
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante.

Afinal o que importa é não ter medo:
fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício.
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema, madame blanche e parola.

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque, assim como assim, ainda há muita gente que come.
Que afinal o que importa é não ter medo de chamar o gerente
e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora
– ah, lá fora! – rir de tudo
no riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados, e muitos, dentes brancos à mostra


(Mário Cesariny)

.

O Orçamento de Estado 2011 - Pior é impossível !...

.



O aumento de impostos que aí vem e a diminuição de salários na Função Pública servirá para alimentar um Orçamento do Estado mau, descomunal e que não garante sequer os benefícios mínimos a que os cidadãos têm direito.  Em 2011, o Estado irá gastar cerca de 75 mil milhões de euros.  O que representa 7500 euros por cada português, 30 mil numa família com dois filhos.  Uma barbaridade!

Como contrapartida, quais os benefícios para os cidadãos?  Ao nível da Saúde, o serviço é satisfatório nos grandes centros, mas quase não há respostas no interior e nas zonas periféricas.  O descalabro nos gastos é a regra. Em alguns hospitais, o custo médio por consulta anda acima dos 150 euros, as despesas com medicamentos não param de subir, é a falência anunciada.
Já na Educação, milhares de milhões de euros gastos no ensino público representam um custo anual por aluno da ordem dos cinco mil euros... muito mais do que se paga na maioria dos colégios. Nos outros sectores, é a desgraça que se sabe.

Mas, pior que tudo, o orçamento é o instrumento que assegura às empresas do regime o pagamento de negócios chorudos, como as concessões de SCUT com rentabilidades de 14% ao ano. Garante ainda os empréstimos ruinosos para o financiamento da dívida pública, que irá consumir as receitas correspondentes ao aumento do IVA.
E é para alimentar este regabofe que nos vêm impor sacrifícios?

Sacrifícios para todos? -Não.  

Deles estão isentos os que conseguem influenciar um Estado permeável às forças corporativas. Os salários não serão reduzidos aos funcionários da Região Autónoma socialista dos Açores. Nem tão-pouco a alguns dirigentes e quadros de empresas públicas. A fuga ao Fisco está ainda autorizada às maiores empresas (mas só às mais ricas), cotadas em Bolsa, que podem antecipar pagamento de dividendos, beneficiando de um quadro fiscal mais favorável.

O Orçamento de 2011 ficará na história como aquele que transformou o Fisco num mecanismo de transferência dos recursos dos pobres directamente para os mais ricos.

Mário Soares já tinha colocado o socialismo na gaveta.  Sócrates deitou-o ao lixo.

(Paulo Morais, in JN, 2010-12-08)


.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Dia de reflexão: - Os TÍTULOS do Governo!...

.



Tal como aqueles outros que o governo anda a vender pelas chinas e pelas arábias, também estes "títulos"  nada valem.  Servem apenas para lembrar a extraordinária obra feita só no ano de 2010.  A avaliar por tão extensa quanto rica obra feita em apenas um ano, a obra realizada por todos os governos nos últimos 25 anos chegaria para entupir a net só com os títulos portugueses!

Por isso os outros países não estão mais interessados nos nossos "títulos"...  é que já estão fartos deles.  Nos últimos 25 anos a nossa grande produção resume-se a isso mesmo - títulos...  de jornais!

.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

De cada vez que fala, revela-se. A política é de facto uma chatice...


.



...
No fundo, o que Cavaco quer é que chegue ao fim a agonia da campanha que tem mostrado à saciedade a verdadeira essência do político bartleby, o político que é apenas competente enquanto nada faz e honesto quando nada diz.
De soluço em soluço, Cavaco reza para que ainda haja portugueses que o elejam à primeira volta porque não sabe o que pode acontecer com mais três semanas de campanha
Há quem diga que o silêncio é mais sábio que o ruído. No caso de Cavaco, o silêncio sempre lhe serviu de máscara para o vazio.

De cada vez que fala, revela-se. A política é de facto uma chatice.




.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O retrato de uma nação! - ou, a ética e a moral já não moram mais aqui!

.



Grito de Revolta pessoal - ISCSPleaks

Grito de Revolta contra a senioridade RASCA

Em Outubro de 2005, com dezasseis anos concluídos em Abril e uma média de entrada de 17 valores, iniciei a minha Licenciatura em Ciência Política no ISCSP-UTL, curso e Instituição de Ensino que escolhi como minha primeira opção. Sem qualquer pretensão: isto não dirá algo do perfil de uma aluna?!

No ano lectivo 2008/2009, o meu 4º e último ano de Licenciatura, enquanto bolseira ERASMUS, fiz doze cadeiras na Università Degli Studi di Trieste, tendo concluído onze delas com a classificação máxima (30/30) e a quatro destas as/os docentes avaliadoras/es fizeram questão de acrescentar “com distinção” (30 lode). Sem qualquer pretensão: isto não dirá algo do perfil de uma aluna?!  Em 17 de Setembro de 2009, com vinte anos, completei a minha licenciatura pré-Bolonha com uma média de 16 valores (15,75) e respectivo relatório de estágio/seminário de licenciatura classificado em 18 valores.

Fui, com efeito, a melhor aluna finalista de Ciência Política no ano lectivo de 2008/2009.  Fui, também, uma das melhores alunas da UTL nesse mesmo ano lectivo, tendo recebido uma Bolsa de Estudo por Mérito em 8JUL2010.
Sou, por isso, uma daquelas jovens estudantes, que se esforçaram no seu percurso académico e de Vida por alcançar a meta a que se propôs. Uma daquelas jovens que já começou a pagar a factura dos seniores de Portugal, aqueles que há alguns anos atrás, falavam da GERAÇÃO RASCA!

Em 12 de Janeiro de 2010, já estudante-trabalhadora, enquanto Mestranda no ISCSP e Técnica de um Projecto numa ONG, um amigo e colega ISCSPiano contacta-me telefonicamente a informar que o Prémio ISCSP-Caixa Geral de Depósitos para a/o melhor aluna/o de Ciência Política (Prémio José Gonçalo de Santa Rita) havia sido atribuído a um colega com a média final de licenciatura de 14,50. Uma média, portanto, inferior à minha.
No sítio electrónico do ISCSP, nem uma única informação sobre este assunto. Não fosse o colega avisar-me, e nem havia sabido atempadamente da cerimónia de abertura do ano lectivo.
Em 13 de Janeiro de 2010, apresentei reclamação, cfe. meu direito, ao fundamentar que o documento que o ISCSP alegava ser um “regulamento” não impedia a minha elegibilidade para a recepção do dito prémio (ver anexo).Prémio que reclamava, por ser meu de DIREITO!  Em 15 de Janeiro de 2010, não havia obtido nenhuma resposta escrita à mesma.  E faz dia 18 de Janeiro, um ano que, após contactos telefónicos, presenciais, minha insistência e de um colega representante das/os estudantes no Conselho de Escola, a entrega do prémio José Gonçalo de Santa Rita foi suspensa.

Faz um ano que iniciei uma jornada difícil, em prol da transparência e da justiça. O ISCSP desprezou-me, a UTL ignorou-me e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) esqueceu-me. O Estado Português vestiu-se a rigor, como classicamente é conhecido para este tipo de ocasiões – vestiu-se de pessoa de má-fé.

Contrariamente ao que diz, o ISCSP não “valoriza pessoas”. O ISCSP tem, como seus responsáveis, pessoas que se recusaram a admitir perante a sua questionadora - eu - a verdade, quer a material, quer a processual.  Mas, para além da suspensão da entrega de um prémio do qual nunca mais se ouviu falar da rectificação da sua entrega pública, nem aparece mencionado no programa deste ano, o ISCSP fez aprovar, a 12FEV2010, e publicitar no seu sítio electrónico a 28MAI2010, um regulamento.
Estivesse eu errada, nunca teria havido qualquer necessidade destas duas acções serem tomadas. Mas o ISCSP nunca me reconheceu a razão. A UTL, em nome de uma autonomia conveniente, foi conivente com esta posição. O MCTES comprovou a ineficiência e a inoperacionalidade, a MENTIRA e o DESPREZO, de um (des)Governo Central desligado das/os suas/seus cidadãs/ãos.

Enquanto ISCSPiana orgulhosa de um passado digno e desejosa de um futuro próspero para a Instituição a que chamei de Casa, enquanto Mestranda e futura Investigadora de um Centro de Investigação do ISCSP (CAPP), enquanto antiga Vice-Presidente do Núcleo de Estudantes de Ciência Política do ISCSP, enquanto cidadã interessada e activista académica e, acima de tudo, representando eu, pelas minhas características pessoais e académicas, um input promissor para as actividades do ISCSP, afirmo:

- que me sinto lesada e magoada pela forma insultuosa como o ISCSP me tratou, nas pessoas do Presidente e Secretário do ISCSP, respectivamente Professor Catedrático Doutor João Bilhim e Acácio Santos,
- que estou profundamente agradecida à minha advogada e amiga, a Samuel de Paiva Pires, meu colega e amigo, e a todas as pessoas que, directa ou indirectamente, colaboraram nesta saga e demonstraram a sua solidariedade pela busca de uma justiça que não chegou,
- que, apesar de me encontrar, há algum tempo, com graves problemas de saúde, que me impediram de, se calhar, tentar “vencer pelo cansaço”, como se diz na gíria, continuarei presente, enquanto estudante do ISCSP, e desperta, enquanto activista cívica, na luta pela transparência, verdade, justiça e reconhecimento do mérito. Afinal de contas, a minha formação pessoal leva-me a valorizar pessoas e eu nunca deveria ter sido uma excepção a este apanágio.  Consulte os pormenores desta VERGONHA em http://silviavermelho.com.sapo.pt/iscspleaks.htm e contribua para que o ISCSP possa um dia ter, como seus responsáveis, pessoas que cumpram o lema da Instituição, pessoas que valorizem pessoas.

E já agora! Se o Presidente e Secretário do ISCSP, respectivamente Professor Catedrático Doutor João Bilhim e Acácio Santos, se sentirem lesados por eu denunciar, por esta via, o destempero da sua postura, o desprezo a que votaram a melhor aluna, tal qual moedeiros falsos, coxos e vesgos da verdade, como se eu fosse limitada no entendimento, assim me maltratando, via esta que é pública e infinita, como o é uma almofada de penas rota, as quais depois de espalhadas nunca mais se apanham, que me façam um favor! Processem-me!

Publicado por Silvia Vermelho AQUI
Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011


(NOTA: - ilustrações colocadas por este blogue, a partir de fotos do site ISCSP)

.

"Medíocres"... são todos os outros!

.



"Mais medíocres"


A última coisa que me imaginava a fazer era a exegese de frases de políticos em campanha. Pensava eu que, mesmo vivendo com uma reforma de 800 euros como a senhora do prof. Cavaco Silva, de tal água nunca beberia. Mas dei com uma frase do professor num almoço com jovens e todo o edifício dos meus princípios e escolhas de vida se desmoronou.

"Pensem bem o que significa alhear, deixar àqueles que são mais medíocres, àqueles que têm menos conhecimentos e capacidades, àqueles que são menos sérios, o poder de decisão", alertou o professor os jovens no Português que lhe foi possível.
É certo que Cavaco Silva não é propriamente o Pe. António Vieira. Não precisava, contudo, de ter espoliado o pobre "alhear" do complemento directo e/ou do pronome. E, pensando bem, talvez aquele "pensem bem" estivesse a pedir uma preposição, nunca se sabe...
Mas se a gramática de Cavaco Silva dava um "Prós & Contras", a sua semântica e a sua humildade davam dois. Se bem percebi, o que o candidato presidente diz é que todos os outros candidatos são "mais medíocres" que ele, e que têm "menos conhecimentos e capacidades" e são "menos sérios".

Tudo numa só frase e sem se engasgar.

Faltou-lhe dizer que é mais bonito que Defensor Moura, mais alto que José Manuel Coelho, mais bem penteado que Francisco Lopes e que tem gravatas mais caras que Manuel Alegre e Fernando Nobre.

Mas não desesperemos, resta uma semana de campanha.

(Manuel António Pina, in JN, 18/01/2011)
 
.

Basta não ser corrupto! Depois... apenas sério e minimamente inteligente!

.



O Semanário "The Economist" avaliou os 8 anos do Brasil de Lula da Silva versus Fernando Henrique Cardoso (FHC), e...  veja-se o resultado:


(Tabela Retirada daqui)


Fernando Henrique Cardoso, o farol, o sociólogo, entende tanto de sociologia quanto o governador de São Paulo José Serra entende de economia.

Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores.
Lula, que não entende de economia, pagou as contas de Fernando Henrique Cardoso, levou a zero a dívida com o FMI e ainda emprestou algum aos ricos (USA).
Lula, o "analfabeto", que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que os seus antecessores juntos, e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade.
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou o salário mínimo de 64 para mais de 200 dólares e não quebrou a previdência, como queria Fernando Henrique Cardoso.
Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.
Lula, que não entende de engenharia nem de mecânica nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis.
Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8.

Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu, mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista.. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.
Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos), e uma mulher no cargo de primeira ministra e fê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou-se ao lado da rainha e afrontou a nossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento nem nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir, e hoje o PAC é um amortecedor da crise.
Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde.
Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo actual.


Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação directa com Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Obama.
Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador, é amigo do tal John Sweeny e entra na Casa Branca com credencial de negociador, lá, nos "States".
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa, é actor da mudança geopolítica das Américas.
Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e torna-se interlocutor universal.
Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas, faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.
Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingénuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.
Lula, que não entende nada de nada, é melhor que todos os outros. Além de receber o prémio de estadista GLOBAL
Pense agora: -o que não faria este homem se entendesse de alguma coisa?!...

Nota do blogue: - Parece que o grande mal em Portugal é termos no poder demasiados engenheiros e doutores…

(Autor desconhecido – recebido via e-mail)

.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mentirosos! Aldrabões! Tudo gente que nem deveria ter nascido!...

.
Linha do Tua - O Grande Roubo!...

Mentirosos!  Aldrabões!...  Tudo gente que nunca deveria ter nascido por uma única vez, sequer!  E ainda têm a distinta lata de se candidatarem a mandatos de altos cargos políticos!  E, por inconcebível que pareça, conseguem ainda arrastar atrás de si uma turba de gentinha estúpida e sem memória, esquecidos já de tantas e tantas mentiras que, de tantas vezes repetidas, até já lhes soam a verdades. 
E os seus autores, de tão falsa e torpe transparência mas sabedores da imbecilidade do povo que os elege, até já chegam a clamar pelo segundo renascimento daqueles que não esqueceram as patifarias desavergonhadas e desleais de que foram alvo! 
A propósito de sondagens...  triste sina a deste povo, que leva porrada e ainda fica agradecido a quem lha dá!





.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os culpados têm rostos e têm nomes!


.



Lá fora, ninguém acredita que Portugal consiga sair sozinho do buraco em que se meteu.



Lá fora, ninguém acredita que Portugal consiga sair sozinho do buraco em que se meteu. Os responsáveis políticos e financeiros dos países mais representativos da Europa deixaram de fingir confiar num Governo cujas demonstrações de incompetência já constituem um exemplo universal e escolar daquilo que não deve fazer perante uma crise:  -negá-la, jurar a todos os ventos que esta não chegaria aqui, adiar os remédios óbvios, proclamar austeridade para todos mas negociar excepções para os interesses da corte, desmotivar as pessoas de cumprirem um fim que deveria ser comum, actuar sempre tarde e a más horas e persistir em não alterar a lógica perniciosa que nos conduziu à actual desgraça.
Até a Espanha, igualmente assolada pela mediocridade governativa, já não esconde o mal-estar com a fortíssima possibilidade de se afundar por "efeito português". (...)


Portugal está assim por culpa nossa. Ninguém acredita em nós porque não o merecemos. Somos um país toxicodependente da despesa pública e ameigado à tradição do mau Governo, que está sempre a prometer corrigir os erros mas que constantemente neles volta a recair.
Perante o resto do Mundo civilizado, somos como aquele parente ou amigo (quem não os tem?) que insiste em ensaiar historietas e desculpas esfrangalhadas para que sustentemos os seus vícios, nos quais, claro, querem permanecer, e que estão sempre a culpar os outros pelas falhas que são essencialmente suas.
Somos um país que, há muito, consente ser dirigido por gente desprovida de rudimentos de qualidade, que social e culturalmente desdenha o mérito, e que se converteu numa arena imensamente fértil para os trapaceiros vivificarem e ditarem as suas regras levianas.


Só conseguiremos iniciar a saída da fossa financeira, política e ética em que estamos quando interiorizarmos que não chegamos até aqui por obra dos "mercados", de Merkel, de Sarkozy, de Jean-Claude Trichet ou dos financeiros norte-americanos, ingleses, japoneses ou da República de Nauru!
Não foram os ministros alemães que tomaram as decisões ruinosas que agora nos empobrecem. Nem os políticos franceses que nos forçaram a erigir auto-estradas de forma compulsiva e onerosamente inútil (recordemos que, não há muito tempo, o Governo Sócrates ainda acalentava o projecto de construir uma terceira auto-estrada entre Lisboa e Porto).
Não foi o BCE que andou a agigantar a nossa Administração até aos presentes níveis de irracionalidade, nem os norte-americanos que nos impuseram a sandice de sobrepormos o mesmo fim público em várias entidades idênticas para as quais inventámos nomes diferentes e, irresponsavelmente, atulhámos com o dinheiro dos contribuintes.


Quando Portugal passar a ser governado de facto por entidades estrangeiras - última esperança de não nos tornarmos num lugar com carências de Terceiro Mundo -, ou seja, após a entrada do Fundo Europeu de Estabilidade (FEE) e do FMI, seria bom que não desconversássemos, arte em que somos peritos, e que assumíssemos de uma vez que se trata de um resultado que a nossa ineptidão como país prenuncia e apronta há muito tempo.
E que os culpados têm rostos e têm nomes: - são todos os presidentes da República, todos os primeiros-ministros, os ministros e os demais titulares de cargos políticos que tiveram altas responsabilidades de decisão nos últimos 25 anos e que tão mal agiram por acção ou por omissão.
Quem nos condenou aos tempos difíceis que estão iminentes, foram os políticos que nos desgovernaram. E nós, que os escolhemos e que reincidimos nessas trágicas opções por diversas vezes, mesmo depois de a incompetência de quem nos tem dirigido ter sido comprovada até ao ponto de não retorno.

(Carlos Abreu Amorim, in JN de 10/01/2011)
(NOTA: - as imagens e os sublinhados são meus)

.

"Só se resolve a crise mudando de regime!"

.



Dez milhões de portugueses foram vítimas de uma fraude que os fará passar anos de miséria.


Toda a gente acusa deste crime, único na nossa história recente, entidades sem rosto como os “mercados”, a “especulação” ou meia dúzia de agências de rating, que por motivos misteriosos resolveram embirrar com um pequeno país bem comportado e completamente inócuo. Mas ninguém acusa os verdadeiros responsáveis, que continuam por aí a perorar como se não tivessem nada a ver com o caso e até se juntam, quando calha, ao coro de lamúrias. Parece que não há um político nesta terra responsável pelo défice, pela dívida e pela geral megalomania dos nossos compromissos. O estado foi sempre administrado com senso e parcimónia. Tudo nos caiu do céu.

Certos pensadores profissionais acham mesmo que o próprio regime que engendrou a presente tragédia é praticamente perfeito e que não se deve mexer na Constituição em que ele assenta. Isto espanta porque a reacção tradicional costumava ser a de corrigir as regras a que o desastre era atribuível. Basta conhecer a história de França, de Espanha ou mesmo de Portugal para verificar que várias Monarquias, como várias Repúblicas, desapareceram exactamente pela espécie de irresponsabilidade (e prodigalidade) que o Estado do “25 de Abril” demonstrou com abundância e zelo desde, pelo menos, 1990.

A oligarquia partidária e a oligarquia de “negócios” que geriram, em comum, a administração central, e as centenas de sobas sem cabeça ou vergonha da administração local, não nasceram por acaso.
Nasceram da fraqueza do poder e da ausência de uma entidade fiscalizadora. Por outras palavras, nasceram de um Presidente quase irrelevante; de uma Assembleia em que os deputados não decidem ou votam livremente; de governos que, no fundo, nem o Presidente nem a Assembleia controlam; de Câmaras que funcionam como verdadeiros feudos; de uma lei eleitoral que dissolve a identidade e a independência dos candidatos.

Vivendo a nossa vida pública como a vivemos, quem não perceberá a caracterizada loucura das despesas (que manifestamente excede o tolerável), a corrupção (que se tornou universal), os funcionários sem utilidade, o puro desperdício e, no fim, como de costume, a crise financeira?

A moral da coisa é muito simples: - só se resolve a crise mudando de regime.

(Vasco Pulido Valente, in Publico de 15/01/2011)

.

A crise financeira, ou... de como a brincar se fala de coisas sérias!

.



.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Momento de raiva - «Os Calhordas»

.




Os calhordas são casados com damas gordas
Que às vezes se entregam à benemerência.
As damas dos calhordas chamam-se calhôrdas
E cumprem seu dever com muita eficiência.

Os filhos dos calhordas vivem muito bem
E fazem tolices que são perdoadas.
Quanto aos calhordas pessoalmente, porém,
Não fazem tolices - nunca fazem nada.

Quando um calhorda se dirige a mim
Sinto no seu olho certa complacência.
Ele acha que o pobre e o remediado
Devem procurar viver com decência.

Os calhordas às vezes ficam resfriados
E essa notícia logo vem nos jornais:
"O senhor Calhorda acha-se acamado"
E as lamentações da Pátria são gerais.

Os calhordas não morrem - não morrem, jamais.
Reservam o bronze para futuros bustos
Que outros calhordas da nova geração
Hão-de inaugurar em meio de arbustos.

O calhorda diz: "Eu pessoalmente
Acho que as coisas não vão indo bem
Pois há muita gente má e despeitada
Que não está contente com aquilo que tem".

Os calhordas recebem muitos telegramas
E manisfestações de alegres escolares
Que por este meio se vão acalhordando
E amanhã serão calhordas exemplares.

Os calhordas sorriem ao Banco e ao Poder
E são recebidos pelas Embaixadas.
Gostam muito de missas de acção de graças
E às sextas-feiras comem peixadas.


(Rubem Braga)


.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quem quiser... vá à página da Presidência! - está tudo lá...

.

Ó sr. candidato!  mas será que está mesmo tudo na página da Presidência?  - ora então vejamos...  isto está?...



- E isto aqui, também?...



Vergonha na cara é o que falta a muita gente que tem responsabilidades governativas neste país. Vergonha na cara e respeito pelo povo que trabalha e que paga impostos!  E é por falta de vergonha dos políticos e do respeito devido ao povo que este país está na bancarrota!  Na miséria! 
Para que os crápulas desonestos e suas famílias tenham a mula cheia, vamos nós todos, nós e os nossos filhos e netos, pagar a factura das suas trafulhices e o luxuoso patrimónionio de todos os canalhas deste país!...

Para quando o julgamento e cassação do património destes vigaristas, como está sendo feito agora na Islândia?

.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Em Portugal o ciclo da dívida repete-se… que mais se irá repetir?

.

Gráfico _ Dívida Pública Portuguesa em % do PIB, 1850-2010

Fonte: 1850-1900: Neves (1994); 1900-1973: Mata e Valério (1994), 1974-2009: AMECOGráfico: Santos Pereira (2010)
(clique na imagem para aumentar)

Este governo vai legar-nos a maior dívida pública dos últimos 160 anos

Com este subtítulo, publicado por Alvaro Santos Pereira no seu blogue "Desmitos" em 3/10/2010, eis um interessante gráfico da nossa dívida pública (em % do PIB), desde 1850 até 2010.  Através dele é fácil analisar as oscilações da dívida ao longo destes últimos 160 anos. Mais fácil ainda é verificar o óbvio: - goste-se ou não, foi com Oliveira Salazar e o Estado Novo o único período em que Portugal saiu da crise. Foi com ele e durante toda a sua governação, primeiro como Ministro das Finanças (1928-1932) depois como Presidente do Conselho (1932-1968), que Portugal baixou de uns altíssimos quase 90% do PIB, herdados da Monarquia e não corrigidos pelos republicanos da I República, para pouco mais de 10% em 1974, ano em que, com a “abrilada”, se deu novamente início a uma subida imparável da dívida neste últimos 36 anos, chegando mesmo a ultrapassar os 90% em 2010.

Segundo a análise de Alvaro Santos Pereira,  "...contrariamente ao que é propagado pelo governo, a dívida pública nacional já estava em franco crescimento bem antes da crise financeira internacional de 2008 (...) Isto é, não foi a crise internacional que iniciou a espiral de endividamento do Estado. 

E mais adiante escreve, "...na sua ânsia de deixar obra feita a todo o custo e de "modernizar" o país com obras faraónicas, este governo cometeu o maior atentado geracional da nossa História recente.  Quem irá pagar as dívidas de toda esta irresponsabilidade serão os nossos filhos e as gerações futuras.  E quem irá lidar com este terrível legado serão os próximos governos, e, como é óbvio, os contribuintes."

Isto é extremamente grave.  E há que tirar as devidas conclusões.

Moral da história: - Este povo é sempre o mesmo.  Bravo nas coisas sem importância mas servil e pouco dado a bater o pé nas fundamentais; orgulhoso no supérfluo e no secundário mas parco na inteligência e de coração mole nas coisas essenciais, ele  aguenta e paga tudo sem tugir nem mugir.  De memória curta, ele desculpa e adora quem o explora.  Parece correr-lhe nas veias um sangue frio e sem cor - de lagartixa.  Seja ele mais culto ou iletrado, mais rico ou fossando na miséria, de barriga cheia ou morrendo de fome, o seu comportamento é sempre o mesmo:  - imbecilizado e subserviente.  De visão curta, ele está sempre pronto a seguir qualquer vendedor de ilusões ou da banha-da-cobra, na esperança de que alguma benesse acabe por cair-lhe no colo.  De bandeja!

E é deste povo, com traços profundos de chico-espertismo e sempre à espreita duma oportunidade de ganhar mais fazendo menos, que os mais canalhas de todos, os mais incompetentes e os mais oportunistas e desavergonhados saltam para a ribalta da política, tomando de assalto o poder de governar toda a outra massa amorfa e asinina.  Triste povo este.  Donde lhe terão vindo tais genes?  Que é feito daquele nosso ADN colectivo que por aqui andava ainda em 1640?...

A propósito deste tema e com ele interligado, reproduzo aqui uma crónica de factos históricos de José António Saraiva no jornal “SOL” em 5 de Outubro de 2010, e intitulada:

A república que produziu Salazar

Os republicanos não faziam a menor ideia do que era governar, criando todas as condições para o aparecimento de um Messias. As comemorações do primeiro centenário da República, em que esta é apresentada como a salvação de um país envolto no mais negro obscurantismo, criarão nos espíritos menos avisados a ideia de que a I República foi um mar de rosas. Ora não pode haver ideia mais enganadora. O regime republicano, em lugar de salvar Portugal, mergulhou-o numa crise profundíssima, criando todas as condições para o aparecimento de um Messias.

Os republicanos e os seus sucessores detestam Salazar.  Ora Salazar não surgiu do nada.  A subida de Salazar ao poder e o seu longuíssimo consulado explicam-se pelo estado desgraçado e caótico em que a I República deixou o país.  Do ponto de vista económico, do ponto de vista financeiro, do ponto de vista da ordem pública, do ponto de vista do prestígio do Estado, em suma, de quase todos os pontos de vista, a República foi uma autêntica calamidade.  Comecemos por um tema pouco abordado, até por ser incómodo:  - a violência.

A partir de meados do século XIX, a violência parecia definitivamente afastada da vida política portuguesa.  Depois das desgraças da guerra civil e dos tumultos militares da primeira metade do século, Portugal parecia ter entrado na rota da acalmia e do progresso.  Mas a República, de mãos dadas com a Maçonaria e a Carbonária, trouxe a violência de volta.

A coisa começou em 1908, com o assassínio do Rei e do príncipe herdeiro.  O 5 de Outubro nem foi violento - e a Monarquia caiu quase sem sangue.  Mas a partir de 1915 é que foram elas.
Nesse ano deu-se a revolta que depôs Pimenta de Castro e fez mais de 100 mortos, depois foi o atentado contra o chefe do Governo João Chagas, os assaltos aos estabelecimentos em Maio de 1917 que provocaram mais de 50 vítimas, a Leva da Morte, o assassínio de Sidónio Pais, a Noite Sangrenta com as suas rondas da morte e o massacre de alguns fundadores da República desiludidos com o regime, como António Granjo, Machado Santos e Carlos da Maia - isto sem contar com um sem-número de revoltas que provocaram mortos e feridos e em certos períodos atingiram um ritmo semanal.

E, como ponto alto deste período marcado pela violência civil e militar, temos a famosa carnificina da Flandres, que custou ao país 15 mil mortos de jovens na flor da idade, mandados para a frente de combate pelo fervor ideológico de Afonso Costa e seus companheiros.

Perante este quadro negro, o movimento militar de 28 de Maio e a ocupação do poder pela tropa, e sobretudo a subida de Oliveira Salazar à chefia do Governo seis anos depois, foram recebidos com um suspiro geral de alívio.  Finalmente o país tinha paz!

A República fundou-se em duas ideias, ambas erradas: -que as causas do atraso de Portugal estavam, em primeiro lugar, na existência de uma Monarquia, e em segundo lugar na influência da Igreja Católica.  Ora, que a existência de uma Monarquia não impedia o progresso, provava-o o facto de países avançados como a Inglaterra, a Bélgica ou a Holanda não precisarem de depor a Coroa para se desenvolverem.
Mas os republicanos só tinham olhos para França e acreditavam piamente que Portugal era atrasado porque tinha um Rei - o qual protegia os padres, que tinham uma influência nefasta sobre o povo.

Assim, a primeira coisa que os republicanos fizeram, depois de deporem a Monarquia, foi perseguir a Igreja, confiscar-lhe os bens, acabar com o ensino religioso e, de uma forma geral, afastar a Igreja Católica da área do poder e influência.  Só que, depois de terem feito tudo isso, os republicanos concluíram com angústia que o país não se desenvolvia, pelo contrário, definhava.  Ou seja, verificaram que o país não era atrasado por causa do Rei e dos padres mas por outras razões. 


A República fez com que Portugal se tornasse mais pobre porque o clima de instabilidade política e de violência assustou os industriais e os banqueiros, travando os investimentos e dizimando os poucos embriões de um Portugal moderno que existiam no princípio do século XX.
Na segunda metade do século anterior o país tinha conhecido efectivamente um certo desenvolvimento, tendo surgido um grupo de industriais e banqueiros com espírito capitalista - Alfredo da Silva, Burnay, Sotto Mayor, etc. - que prenunciava a entrada de Portugal nos tempos modernos. 
Ora estes embriões de um país desenvolvido foram dizimados no tempo da I República, levando o país a andar para trás.

Perante um quadro tão negro, Salazar, quando subiu ao poder, tinha tudo para vencer.  Bastava-lhe fazer exactamente o contrário do que fizera a República, ou seja: -restabelecer a ordem pública e a autoridade do Governo, equilibrar o Orçamento, normalizar as relações com a Igreja.
Salazar só não restaurou a Monarquia porque, embora monárquico, viu que isso não era decisivo e ia criar uma polémica desnecessária.  Além disso, Salazar percebeu que, à falta de uma classe empresarial, tinha de concentrar no Estado o desenvolvimento do país.  Finalmente, substituiu o internacionalismo republicano, assente em ideias importadas de fora, por um nacionalismo intransigente.

Com estas ideias e uma grande eficácia na acção, Oliveira Salazar teve logo de início um apoio popular enorme.  O que se percebe.  No próprio ano em que assumiu a pasta das Finanças (1928) equilibrou as contas públicas e recusou um empréstimo da Sociedade das Nações, considerando as condições humilhantes para Portugal.  Por isso foi designado o mago das Finanças .

E rapidamente restabeleceu a ordem pública, tornando Portugal de facto um país de brandos costumes.  É certo que o fez à custa de uma Polícia política execrável, da proibição dos partidos, da censura à imprensa e do mais que sabemos.  Mas, para termos uma ideia comparativa, durante o período que durou o Estado Novo foram mortos ou morreram na prisão 50 militantes do PCP (o partido mais fustigado pela PIDE).  Isto, note-se, em 48 anos.  Ora este número de mortos era frequentemente alcançado numa só noite nas constantes revoltas que marcaram o tempo da I República.

O prestígio de Salazar ainda aumentaria quando, no princípio dos anos 40, evitou a entrada de Portugal na II Grande Guerra.  Aí, tornou-se um Santo.  E, mais uma vez, fez o contrário do que tinham feito os republicanos: onde estes tinham mandado os soldados para a Flandres, mal equipados e pior armados para servirem de carne para canhão, ele seguiu o caminho oposto - e não só optou pela neutralidade como convenceu o vizinho Franco a fazer o mesmo.
E em plena guerra na Europa ainda arranjou forças para organizar em Lisboa a grande Exposição do Mundo Português (1940).

Da fugaz I República ficaram pois, quase exclusivamente, as boas intenções.  A intenção de educar o povo, de proteger o povo, de contar com o povo.  Mas esse mesmo povo abandonou a República no primeiro momento, talvez pensando que de boas intenções está o Inferno cheio.  Isto também explica que a República tenha durado uns escassos 16 anos, enquanto o período seguinte (1926-74, dominado por Salazar entre 1928 e 1968) durou uns longos 48 anos, ou seja, três vezes mais.

Tudo somado, pode dizer-se que a I República não deixou saudades.  E se hoje se comemora com tanto fervor é mais por razões ideológicas - e porque no poder está o partido que herdou a tradição republicana, o Partido Socialista - do que pelas virtudes que mostrou.

(Nota: - São meus os sublinhados e as ilustrações)
.