Ainda e sempre a velha história daquela mãe, orgulhosa do filho mancebo no Juramento de Bandeira: -vejam só... todos marcham com o passo trocado, só o meu filho marcha com o passo certo!... Desde há anos que vários economistas chamam a atenção do governo para que se livre de tantos e tais boys inúteis pagos a peso de oiro e que polulam pelos mais altos cargos das administrações de outros tantos organismos e estruturas empresariais do Estado e parcerias público-privadas, na sua maioria actuando apenas como enormes boeiros sorvedores dos dinheiros públicos.
Mas nem pensar em bulir com os interesses dos amigos do partido, estejam eles acoitados nos organismos públicos ou nas diversas empresas estatais e público-privadas! E mesmo agora, em plena crise que leva o mesmo governo a meter, abusiva e desavergonhadamente, as gordas e untuosas manápulas dentro dos bolsos dos trabalhadores que verdadeiramente o servem - os funcionários públicos - num saque desbragado como não há memória, estes "mamões" da fazenda pública passam incólumes, continuando a auferir ordenados base que ultrapassam em 2, 3 e mais vezes o do Presidente da República! Isto, fora os "prémios" e as mordomias do "cartão dourado" e mais o "carro topo de gama" com motorista. Ainda, e como se não bastasse, alguns chegam mesmo a acumular com uma ou mais reformas douradas, enquanto outros, foram até aumentados em 50 e até 60%! A desvergonha não tem limites!...
Ao anunciar medidas de fusão e de extinção de 50 destes institutos, Teixeira dos Santos vem contabilizar estas "manobras" em uns simples 100 milhões de euros de poupança! A montanha que pariu um rato! Como se nós já não estivéssemos habituados, por demais, a estes truques de ilusionismo! Na verdade, acho até que nem ele próprio acredita nisto. Mas uma coisa ele sabe: - é que é preciso manter o número do "baralha e torna a dar" para que tudo fique na mesma, ou quase! E diz o ministro que "não sabe onde mais há-de cortar"!
Vem isto a propósito do facto de que, já em 2006, o Governo tinha um Programa de Reestruturação do Estado muito mais ambicioso nos cortes do que neste OE-2011. Na verdade, em Março de 2006 o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) já propunha o "corte" de 120 organismos. A comissão técnica do PRACE, presidida por João Bilhim, apontava para uma redução do número de organismos da Administração Central de 414 para 294.
Nisto... já todos temos tarimba - o ministro e nós!...
Já agora, e a propósito, uma leitura interessante: - "Mais de metade das receitas projectadas com a subida do IVA vão "direitinhas" para os cofres de uma empresa privada"...
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Pós-texto: Afinal, a realidade é muito pior! - A história está mal contada por Teixeira dos Santos (como sempre) - o ministro funde ou extingue 50 destes inúteis sorvedoudos, e com isso diz que poupa 100 milhões de euros, mas esqueceu-se de dizer que, em simultâneo, cria outros tantos que irão custar 200 milhões de euros!... Toda a história AQUI.
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