domingo, 25 de agosto de 2013

Uma perda nacional! Acabo de ser tomado por uma tristeza infinita...


 

Fico sempre triste quando morre um homem do Goldman Sachs e recordo logo Simon Wiesenthal e a sua luta de aranha estendendo e esperando o nazi na teia antes que a natureza ou um acidente chegasse.
 
Estes também terão o seu tribunal de Nurembergue, a guerra lá chegará, e também um Simon que, implacável e metódico, os perseguirá até aos confins do Oriente.    Sem justiça a morte não é a mesma coisa.    António Borges não aguentou,   dommage.
 

antonio-borges-salarios


(João José Cardoso, AVENTAR - 25/08/2013)

sábado, 10 de agosto de 2013

Swaps, PPPs, Governo, Empresas Públicas - a infindável dança das cadeiras dos “confiáveis”!






ESPECTÁCULO   DEPRIMENTE
 
 
A pretexto dos swaps, Governo, PSD e PS tem dado um espectáculo deprimente e que seria apenas ridículo se não revelasse a completa falta de sentido de estado no tratamento da coisa pública.    Não há palavras, é uma pura mesquinhice e mais um acto na desagregação da coisa pública:   governantes sem vergonha, que são corridos em circunstâncias que, como de costume, desconhecemos na sua verdadeira dimensão;    uma coligação a disparar cada qual para o seu lado após as juras de fidelidade da semana passada;   papéis eventualmente "construídos", mesmo que a partir de documentos verdadeiros;    revelação de documentos confidenciais do estado para marcar pontos num futebol político de quinta categoria.    Vale tudo.
 
A questão dos swaps e o modo como são constituídos os governos e os altos cargos de nomeação ministerial na área económica e financeira, assim como o recurso sistemático à consultadoria externa, revelam um aspecto não discutido daquilo que deveria ser uma verdadeira “reforma do estado”.    E os efeitos fáceis e custosos para todos nós da demagogia com o estado e com a função pública.
 
O que seria natural numa administração pública moderna é que ela pudesse fornecer à decisão política todos os elementos necessários, quer técnicos, quer de informação, quer de cenários para as decisões, ao mais alto nível sem recursos exteriores por regra.    Isso significava exactamente aquilo que se está hoje a destruir:   uma função pública independente do poder político, na tradição do civil service inglês, o que significa uma garantia mais sólida do emprego do que no privado, e uma remuneração competitiva com o sector privado ao mais alto nível.    
 
Isto, em conjunto com o reforço de escolas especializadas em administração pública, e com carreiras definidas e estabilizadas, em que haveria lugar no estado para bons engenheiros, arquitectos, administradores, economistas, gestores, que pudessem ter como vocação o serviço público.    Todos os países que se desenvolveram na Europa deram um particular atenção á criação desta “alta” administração e por isso estão menos dependentes quer dos boys incompetentes, quer dos interesses representados pela transumância entre consultoras, escritórios de advogados, bancos e lóbis nacionais e internacionais.    Na prática, o que aconteceu foi a partidarização e a privatização da "alta" administração pública, as duas coisas ao mesmo tempo.
 
Não é perfeito, como nada é perfeito, e é verdade que existe nas burocracias uma tendência natural para a Lei de Parkinson, mas, pelo menos, evitava esta promiscuidade que os swaps, as PPPs, os contratos de contrapartidas na área da defesa, etc., revelam.
 
O problema dos swaps ajuda a revelar uma questão muito mais importante e decisiva para o nosso futuro democrático:    a da captura do estado pelo sistema de interesses económico-financeiros.    Este sistema ultrapassa as separações partidárias e desloca-se de governo em governo, de partido em partido, desde que estes tenham acesso ao poder.    As PPPs e os contratos swap são uma manifestação dessa captura.
 
E, claro, que também é um problema de pessoas.    Há um pequeno grupo de pessoas que circula dos bancos e das consultoras financeiras, dos escritórios de advogados e dos think tanks das universidades mais conservadoras, de instituições europeias congéneres, para os governos, ocupando, em particular, os lugares chave das secretarias de estado, das assessorias, das comissões ad hoc e grupos de estudo, dos lugares de consultores nos ministérios.    Algumas vezes assumem funções não remuneradas e “patrióticas”, mas a remuneração que recebem reflete-se em prestígio, currículo e na ascensão dentro desta elite, no próximo lugar, esse sim bem remunerado.    Garantem sempre os melhores contratos estatais para as suas consultoras, escritórios, bancos, empresas, muitas vezes sem qualquer concurso público, por ajuste directo ou convite privilegiado, são quadros indispensáveis pelos seus “conhecimentos” e pela circulação nos meios políticos.
 
Circulam também por dezenas de Conselhos de Administração, Conselhos Fiscais, Comissões de Remuneração, Comissões de Supervisão, nalguns casos concentrando literalmente dezenas e dezenas de lugares numa só pessoa.    Deve-se isso á sua particular competência?    Nalguns casos, sim.    Mas, como se vê quando as suas carreiras ficam menos protegidas e são mais escrutinadas, em muitos casos não se trata de competência.    Há apenas um traço comum do seu papel, esse sim sólido e consistente, - são “confiáveis”.

(José Pacheco Pereira, in ABRUPTO)


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Trapaceiros e burlões - o círculo de amigos do presidente. E nós... pagamos a factura!



Quem se julga esta gente?
O caso BPN continua a queimar as mãos de muita gente.    Tanto que, quando alguém que esteve ligado ao banco vai para um lugar público e tem de divulgar o seu curriculum, elimina cuidadosamente essa atividade do seu passado.

Foi isto que fez Rui Machete, foi isto que fez Franquelim Alves, passando aos jornalistas um atestado de incompetência e aos cidadãos um atestado de estupidez.

Não está em causa a compra ou venda de acções de uma instituição bancária.    Mas está em causa saber 1) - se toda a gente podia comprar ações do BPN; 2) - se toda a gente que comprou as viu recompradas pelo dobro ou pelo triplo do seu valor original; 3) - se esses ganhos assentavam na atividade normal do banco.

Ora para quem não se lembra, o BPN não estava cotado em bolsa.    Por isso, só comprava acções do banco quem a administração convidava para tal.    Foi assim com Cavaco Silva, que comprou e vendeu acções do BPN tratando diretamente do assunto com o presidente da instituição, Oliveira Costa.

Depois, a compra de acções de ações pelo banco por valores muito superiores aos que as tinha vendido não resultava do livre funcionamento do mercado - mas de uma decisão da administração e, em particular, de Oliveira Costa.

Quer isto dizer que o presidente do BPN beneficiou quem quis - e beneficiou seguramente os seus amigos.    Não por acaso, todos (ou a esmagadora maioria) os beneficiados com a venda de acções altamente valorizadas ou com vultuosos empréstimos não reembolsados são membros ou simpatizantes do PSD.    E suponho que não é preciso dizer os nomes.

Por isso, se tudo fosse tão normal e transparente, Rui Machete não teria eliminado do seu curriculum as funções que ocupou no BPN   Por isso, também não devia ter dito que isto revelava a podridão da sociedade portuguesa.

É que se este caso revela alguma coisa é a podridão com que altas figuras do PSD ligadas ao Estado ganharam muito dinheiro com um banco fantasma que era liderado por uma grupo de malfeitores.

E é esse dinheiro fácil que está agora a ser pago, com língua de palmo, por todos os contribuintes.    Mais de 4 mil milhões de euros dos nossos impostos servem para pagar as mais-valias e os empréstimos não reembolsados que o BPN concedeu.

Por isso, seria de muito bom tom que todos os que lucraram com o BPN se calassem e que não nos tentassem convencer que tudo foi limpo e transparente no dinheiro que ganharam.    É que, como de costume, os senhores privatizaram os lucros.    E deixaram para os contribuintes a socialização dos imensos prejuízos.    Haja vergonha!

(Nicolau Santos, Expresso, 2/AGO/2013)


domingo, 4 de agosto de 2013

Ah não, por favor... um sonho assim até pode ser pesadelo nestes tempos de crise!



Na verdade, eu queria mesmo era falar dos "swaps" da Maria luis Albuquerque mais do Joaquim Pais Jorge e de toda a porcaria da equipa das Finanças que chafurda num chiqueiro atolado de merda.   Tanta, tanta que a sua altura já chega às ameias mais altas do Castelo de S. Jorge!    Mas não...   como hoje estou de bom humor decidi poupar-vos, a vós e a mim, a mais esta dose reforçada de bosta imunda que inunda a baixa do Terreiro do Paço até ao Castelo, preferindo mostrar-vos antes este sonho de um pobre-diabo que, apesar de adormecido por tanta crise, ainda teve a sorte de uns momentos de liberdade e de magia.  
Isto é treta minha só para fugir ao assunto...  trata-se, tão somente, de um vídeo promocional de lingerie Agent Provocateur  dirigido pela actriz Penélope Cruz e onde (a mal aproveitada...) Irina Shayk é uma das protagonistas, surgindo aqui em poses e movimentos sensuais.
 
 
 

 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O que leva os condutores russos a filmar todos os percursos?


 
Para quem costuma pesquisar vídeos no YouTube já está familiarizado com um fenómeno estranho:  - a enorme profusão de vídeos sobre acidentes rodoviários filmados do interior de viaturas.   E todos eles têm em comum o facto de serem todos russos.   E porque terão os automobilistas russos de instalar uma câmara de filmar nos seus carros?   - será moda?   Será mania?   Exibicionismo?   Ou será obrigatório?   E por que razão?...
Os dois vídeos que se seguem dão total explicação a estas perguntas.   As leis do trânsito na Rússia enfermam de uma total e desmesurada protecção aos pedestres em caso de acidente, sujeitando os condutores a complicados processos de indemnização que envolvem valores elevadíssimos.   Mesmo que seja provada a sua inocência, muito pior quando culpado.   E isto é o bastante para que, por toda a parte e em qualquer local, inúmeras pessoas se “atirem” deliberadamente contra as viaturas para depois poderem receber as respectivas e chorudas compensações monetárias, tanto para os tratamentos hospitalares como por motivos de pretensos danos morais ou psicológicos.  
Vai daí…   dos excessos das leis até ao seu aproveitamento em benefício próprio é apenas um pequeno passo, e a generalização de tais práticas é cada vez maior.   A quanto chega a miséria por aquelas bandas…   e a quanto já desceu o respeito pelos outros e, principalmente, pela integridade física própria!   

Agora, com toda esta crise nas "europas",  já só falta que esta moda pegue por cá também...