sábado, 22 de maio de 2010

Se calhar até bate mais do que certo!...


O homenzinho de Boliqueime anda a dizer há muito tempo que a política das obras megalómanas não é sustentável e levará o país à bancarrota;

Que faz: - Assina a portaria que autoriza o seu lançamento

O coelhinho-tanguista no seu livrinho “MUDAR” publicado há cerca de 7 meses, opondo-se a uma Senhora apelidada de Velha, defendia os TGVs, aeroportos, auto-estradas paralelas e quejandos; agora, vira o bico ao prego e diz, muito bem, que tais obras neste momento não são suportáveis;

Que faz: - Quando autorizou o suposto engenheiro a proceder a um saque fiscal não o obrigou a aceitar o adiamento das mesmas, ficando-se por um compromisso vago de corte nas despesas


O homenzinho de Boliqueime e o coelhinho-tanguista estão de acordo que este governo não governa, não tem rumo, avia medidas avulsas sem olhar às consequências, conduzirá o país à falência;

Que fazem: - Nada!... Dizem não ser oportuno para não criar uma crise política

O país está teso, o governo anda pelo mundo fora de mão estendida a pedir dinheiro emprestado aos imundos especuladores para pagar salários e pensões, mas propõe-se gastar milhares de milhões, que não tem, em investimentos não reprodutíveis e de viabilidade duvidosa, sem que o homenzinho de Boliqueime ou o coelhinho-tanguista façam algo para travar este desvario.
Há aqui qualquer coisa que não bate certo... ou, por outro lado, se calhar até bate mais do que certo!


Nestas obras faraónicas de milhares de milhões, de tanto milhão há sempre alguns que se vão...

(in porta da loja, comentário por Zé Muacho)

Cansado...


Estou cansado!
Tinha objectivos e cansei-me.
Cansei-me e destitui-me de objectivos;
E, sem querer nada, cansei-me!
Cansei-me de estar parado.
Cansei-me como quem se cansa de comer o mastigado...
Estou cansado de estar cansado.
Vou fazer uma casota à beira da casota do cão
E viver como se fosse cão.
Comer e dormir e dormir e correr...
Mas eu sei que não sou cão,
Apesar de o querer ser...
E vou ficar cansado.
Oh, canseira que não larga o meu sentir,
Vou dormir...
E vou acordar cansado.
Mais valia nunca ter acordado!
Mas já que acordei
Vou viver cansado.
Mais vale viver cansado
Que estar cansado de viver...

(anónimo)


sábado, 15 de maio de 2010

Bruna Real - a melhor "alheira" de Mirandela

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Depois do muito que já foi escrito e dito sobre a excelência daquela maravilhosa “alheira” de Mirandela que dá pelo nome de Bruna Real, onde o jocoso se mistura com o humor e onde o pudor e a decência andam de mãos dadas com a “inveja” e a “dor de corno” de muito boa gente (estou a lembrar-me das célebres mal-humoradas, mal-amadas e mal-casadas “mães de Bragança”), eis que me deparo agora com uma bem-humorada crónica, curiosamente produzida por outra mulher: - Solange Cosme, na rubrica “A Vida de Saltos Altos”, no Expresso-on-line.
Aqui ficam alguns excertos deste comentário que, mais ainda por ser escrito por outra mulher, me merece o meu forte aplauso!







Sábado, 15 de Maio de 2010 (http://www.expresso.pt/)

É oficial, parece que a alheira já não é o produto mais famoso de Mirandela! E tudo por causa da Bruna, uma professora do 1º. Ciclo do Ensino Básico que decidiu tirar a roupa e deixar-se fotografar, ao longo de 8 "entediantes" páginas, para a Playboy portuguesa de Maio. Dizem os entendidos neste assunto (que obviamente não sou eu) que até nem ficou nada mal!
A bomba rebentou há três semanas e a "Playboy" esgotou em Mirandela, tanto em Golfeiras, onde vive, como em Torre de Dona Chama, onde é responsável pelas Actividades Extra-Curriculares (AEC).

(...)
A acompanhar todo o circo à volta deste assunto, parece ainda haver um movimento de pais que acham totalmente desadequado que uma professora que tire a roupa para uma publicação continue a dar aulas a crianças.
Fico com dúvidas. Será que a capacidade dela tirar a roupa retira-lhe a capacidade de ensinar? Ou será que uma mulher que tira a roupa é impura para trabalhar com crianças pois vai tentar atrocidades com as mesmas? Ou, pior ainda, será que pelo facto da professora ter tirado a roupa as crianças vão ficar traumatizadas? Bem, isto não, pois estamos a falar de crianças entre os 6 e os 10 anos e crianças desta idade não vão ter acesso a uma publicação para adultos. Certo?

Ah! Esperem! Estão aqui a dizer-me que sim, que tiveram acesso e até partilham fotografias por telemóvel! Estou chocada! Então o restringirem o acesso a revistas de carácter erótico às crianças não era a função dos paizinhos cheios de pudores? Parece que alguém não anda a fazer o trabalho de casa...

E já agora, mas afinal quem é que comprou as revistas que esgotaram? Foram as crianças ou os pais das mesmas? Estavam com curiosidade de ver a "professora" sem roupa ou era só para confirmar o "delito"? Afinal já me parece outra vez que alguém andou a fazer o trabalho de casa...

No que me diz respeito, e enquanto contribuinte, desde que ela não tenha usado as horas de expediente enquanto funcionária pública para fazer a sessão fotográfica, não tenho nada a ver com isso.

Para além disso, com a crise, não me parece nada mal que os funcionários públicos reforcem os seus rendimentos no privado sendo os primeiros a "dar o corpo ao manifesto". Afinal, lamento, mas se não tem um corpo destes, vai ter mesmo de arranjar um part-time num "call-center".
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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Porque hoje é feriado... o meu tributo ao espirro orgásmico!...

Porque hoje é feriado, nada como sentir o alívio orgásmico depois de tanta... "turbulência fiscal" que acaba de nos entrar pela carteira dentro, assim, sem mais nem menos!... O "espirro orgásmico" escapou aos impostos... por enquanto!...

 

Porque hoje é feriado... o meu tributo às delícias do passeio de mota!...

Porque hoje é feriado, nada como restaurar o prazer de viver depois de tanta... "turbulência fiscal" que acaba de nos entrar pela carteira dentro, assim, sem mais nem menos!... O "prazer" escapou aos impostos... por enquanto!...



Porque hoje é feriado... o meu tributo ao desporto em bicicleta!...


Porque hoje é feriado, nada como excitar a "vista" depois de tanta... "turbulência fiscal" que acaba de nos entrar pela carteira dentro, assim, sem mais nem menos!... O "orgasmo" escapou aos impostos... por enquanto!


Porque hoje é feriado... o meu tributo à lingerie preta!...

Porque hoje é feriado, nada como descansar a vista de tanta... "turbulência fiscal" que acaba de nos entrar pela carteira dentro, assim, sem mais nem menos!... O "olhar" escapou aos impostos...  por enquanto!...


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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Incompetência, irresponsabilidade e falta de seriedade!...

Aí está a resposta às promessas das eleições de 2009. O mais brutal aumento de todos os impostos, contrariamente a tudo o que, ainda há apenas duas semanas, levava o primeiro ministro a engrossar a voz no Parlamento contra uma deputada dos Verdes, contrapondo com a sua habitual arrogância a garantia de que tais medidas não estavam contempladas no PEC.
Por todo o historial destes últimos cinco anos de governo, sou obrigado a concordar com todos os que consideram que Sócrates mente, com a mesma naturalidade com que respira!  Jamais os portugueses poderão voltar a confiar na honestidade e na veracidade das promessas eleitorais! Venham de quem vierem, sejam de que quadrante político forem! É que, além de toda a incompetência, irresponsabilidade e falta de seriedade de todos quantos têm governado este país desde há mais de 25 anos, actualmente, venha quem vier, mais não será do que um mero executor das políticas e das ordens de Bruxelas!


Nem leis, nem justiça




por José Saramago (DN-OnLine)
13 Fevereiro 2010

Em Portugal, na aldeia medieval de Monsaraz, há um fresco alegórico dos finais do século XV que representa o Bom Juiz e o Mau Juiz, o primeiro com uma expressão grave e digna no rosto e segurando na mão a recta vara da justiça, o segundo com duas caras e a vara da justiça quebrada. Por não se sabe que razões, estas pinturas estiveram escondidas por um tabique de tijolos durante séculos e só em 1958 puderam ver a luz do dia e ser apreciadas pelos amantes da arte e da justiça. Da justiça, digo bem, porque a lição cívica que essas antigas figuras nos transmitem é clara e ilustrativa. Há juízes bons e justos a quem se agradece que existam, há outros que, proclamando-se a si mesmos justos, de bons pouco têm, e, finalmente, não são só injustos como, por outras palavras, à luz dos mais simples critérios éticos, não são boa gente. Nunca houve uma idade de ouro para a justiça.

Fresco nos "Paços de Audiência", em Monsaraz. Século XV. O "Mau juiz"
olha para os dois lados ao mesmo tempo que recebe dos dois lados.

Hoje, nem ouro, nem prata, vivemos no tempo do chumbo. Que o diga o juiz Baltasar Garzón que, vítima do despeito de alguns dos seus pares demasiado complacentes com o fascismo sobrevivo ao mando da Falange Espanhola e dos seus apaniguados, vive sob a ameaça de uma inabilitação de entre doze e dezasseis anos que liquidaria definitivamente a sua carreira de magistrado. O mesmo Baltasar Garzón que, não sendo desportista de elite, não sendo ciclista nem jogador de futebol ou tenista, tornou universalmente conhecido e respeitado o nome de Espanha.


O mesmo Baltasar Garzón que fez nascer na consciência dos espanhóis a necessidade de uma Lei da Memória Histórica e que, ao abrigo dela, pretendeu investigar não só os crimes do franquismo como os de outras partes do conflito. O mesmo corajoso e honesto Baltasar Garzón que se atreveu a processar Augusto Pinochet, dando à justiça de países como Argentina e Chile um exemplo de dignidade que logo veio a ser seguido. Invoca-se aqui a Lei da Amnistia para justificar a perseguição a Baltasar Garzón, mas, em minha opinião de cidadão comum, a Lei da Amnistia foi uma maneira hipócrita de tentar virar a página, equiparando as vítimas aos seus verdugos, em nome de um igualmente hipócrita perdão geral.


Mas a página, ao contrário do que pensam os inimigos de Baltasar Garzón, não se deixará virar. Faltando Baltasar Garzón, supondo que se chegará a esse ponto, será a consciência da parte mais sã da sociedade espanhola que exigirá a revogação da Lei da Amnistia e o prosseguimento das investigações que permitirão pôr a verdade no lugar onde ela tem faltado. Não com leis que são viciosamente desprezadas e mal interpretadas, não com uma justiça que é ofendida todos os dias. O destino do juiz Baltasar Garzón é nas mãos do povo espanhol que está, não dos maus juízes que um anónimo pintor português retratou no século XV.
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Já não há mais Bandas assim... Pink Floyd

A década de 80 do século XX foi acentuadamente marcada pelo aparecimento e ascensão de fabulosas bandas musicais - estou a lembrar-me dos "Pink Floyd", dos "Moody Blues", dos Rolling Stones", "Dire Straits", "Supertramp", "Genesis", "Bee Gees", "Queen", "Doors", "Scorpions" e "Alan Parsons Project", entre outras. Mas nenhuma foi tão carismática, grandiosa e musicalmente inovadora como os Pink Floyd. Nem nenhuma outra como os Pink Floyd (excetuando os Rolling Stones) permaneceu nos tops e em plena execução com digressões por esse mundo fora, até aos dias de hoje.
Era então motivo de grande alegria e entusiasmo vê-las nascer e acompanhar o seu crescimento, crescendo também com elas, e com elas disfrutando das novas e deslumbrantes musicalidades. Mas o tempo não perdoa... e morremos todos um pouco ao assistir agora ao seu desaparecimento. Valha àqueles que tiveram a felicidade de estar "por aqui" quando elas por cá passaram, as recordações em LP, CD, VCR ou DVD... é uma delícia poder continuar a disfrutar das suas imortais musicalidades!




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terça-feira, 11 de maio de 2010

TGV... pois claro! Contra tudo e contra todos!



Primeiro... não havia dinheiro para nada! Depois, bruscamente, como que por magia e qual coelho tirado da cartola, eis que surgiram do tal “nada” várias centenas de milhões de euros para “ajudar” os pobrezinhos dos multimilionários de Portugal. Para que continuem a multiplicar a suas infindáveis e multimilionárias fortunas!

Primeiro… a falência do banco dos multimilionários era “cosa” deles. Dos multimilionários.
Depois, subitamente, como num abrir e fechar de olhos, a "cosa" deles passou a “cosa nostra”!...

Primeiro… era o “défice”. Havia que apertar os cintos dos pobres (e também dos remediados que acabaram já por descer ao patamar dos pobres). Havia que congelar salários e reformas, despedir funcionários, criar uma estrutura em pirâmide aos professores por forma a reduzir a factura da educação, fechar escolas e centros de saúde, pseudo-privatizar hospitais (e a conta da saúde a aumentar), retirar benefícios fiscais, penhorar por tudo e por nada, subir impostos, subir as coimas e multas (estimulando até os agentes a produzi-las em benefício das suas avaliações de carreira). Tudo em nome do “défice” e da criação de 150.000 postos de “(des)emprego”.

Depois… e por “dá cá aquela palha”, concedem-se reformas e prémios milionários a milionários que chegam a somar várias reformas e prémios milionários, ao mesmo tempo que detêm altos cargos e ordenados milionários em empresas do estado (e fora dele) e que se deslocam em carros milionários de alta cilindrada e de alto luxo, topo-de-gama, entre as suas várias vivendas milionárias espalhadas pelo país. Com o argumento de que são poucos… e não contam! E... curiosamente, todos velhos amigalhaços desde longa data!


Depois… vem a urgente construção dum mega-aeroporto. Para substituir o actual… que afinal está muito longe de estar esgotado… mas apenas, “por azar”, situado em terrenos que valem ouro! E é preciso alimentar o “lobby” da construção! Principalmente… alimentar este LOBBY!!! Que, mais que da “construção”, é o grande lobby da “corrupção”!

Depois… vem a urgente construção do TGV. Que, depois de queimar 10.000 (ou 15.000 ou 20.000…) milhões de euros, vai circular acima e abaixo e de lés a lés… cheio de moscas! Moscas mesmo! Moscas a sério! Moscas que, bem refasteladas e climatizadas, irão cagar nos limpíssimos e esterilizados vidros das janelas das suas esterilizadas e climatizadas carruagens! E até… sem se darem conta de que estão a cagar a 300 km/h!... numa muito apropriada manifestação de que neste país, até as moscas imitam os políticos e se estão cagando para 15 ou 20.000 milhões de euros!!!

Sim, porque… pessoas mesmo, a utilizar o TGV?... tenho as minhas dúvidas! Só mesmo as moscas irão tirar partido do TGV! Que isto nada mais é do que um outro meio de alimentar aquele mesmo “lobby”.

E continuam a ser estas, teimosamente, as grandes prioridades deste país, como se nadássemos em dinheiro! País que já quase não tem condição nem justificação para se manter independente. País que, à custa de tanta pornografia política, deixa já poucas opções no xadrez político internacional: - transformado em simples jogo de cara-ou-coroa, já pouco faltará para ver chegar o dia em que, das duas uma, ou anexado à Espanha... ou comprado por Angola!... De que valeram 8 séculos de história?... 8 séculos de guerras e de lutas?... 8 séculos de fronteiras definidas?... 8 séculos de cultura?... 8 séculos de sacrifícios?...

Tudo isto “lambido”, como manteiga em focinho de cão, em pouco mais de 3 dezenas de anos e por meia dúzia de oportunistas, gente sem competência e sem escrúpulos para quem todos os meios são lícitos, desde que resulte em benefício próprio!


Agora mesmo e já à beira do abismo da bancarrota, acelerada nos últimos anos, assina-se à pressa e quase em segredo um contrato completamente estúpido que, a concretizar-se, será mais uma monstruosidade inútil - a linha do TGV a acabar no meio de coisa nenhuma - no Poceirão. Com que escondidos objectivos?...  Eu penso saber quais!  E toda a gente saberá também quais!...  O processo é sempre o mesmo: - o que interessa é alimentar a clientela política do "lobby", o que interessa é chegar as coisas depressa ao ponto de não retorno, e o resto... que se lixe! Aumentam-se os impostos, reduzem-se os ordenados e regalias dos trabalhadores, inventam-se, até, novos impostos!... Para estes políticos todos os meios justificam os fins!...


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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Acabou-se a festa, pá...






Quinta-feira, 6 de Maio de 2010 (www.expresso.pt)


Aproximamo-nos do fim da linha, da hora da verdade. Trinta e mais anos a viver sem produzir riqueza e a endividarmo-nos por conta da riqueza que um dia haveremos de produzir, acabaram finalmente por nos colocar em frente do espelho para nos encararmos a nós próprios. Escrevo depois de ter perdido meia hora de trabalho bloqueado por uma qualquer manifestação em S. Bento - não sei se dos professores ainda em luta da abolição dos últimos resquícios da fracassada tentativa governamental de os pôr a ganhar de acordo com o mérito e a produção, ou se de trabalhadores de outro sector que terão lido as tarjas colocadas pela CGTP no Marquês de Pombal: "Exigimos aumento de salários e pensões".
Pois, exigimos... É o que de melhor soubemos fazer desde o 25 de Abril: exigir.


Com o país falido, os sindicatos exigem aumentos de salários e pensões e os geniais gestores públicos que conseguem a proeza de obter "resultados" administrando monopólios exigem também que ninguém toque nos seus pornográficos prémios de gestão. Uns e outros vivem tranquilos à sombra das exigências e daquilo a que chamam direitos adquiridos ou "contratualizados" - o que é a mesma coisa, em linguagem nova-rica. E quem pagará tanta exigência? Oh, claro, a srª Merkel, culpada de dirigir um país que tem de honrar o título de "locomotiva europeia", que se reconstruiu das cinzas há sessenta anos pelo seu esforço e mérito e que, egoísta como é, não quer partilhar com os "PIGS" a factura do seu desgoverno.


A 'insensível' srª Merkel, ao que nos contam, está mais preocupada com a sua opinião pública e a eleição regional da Renânia-Vestfália (da qual depende a sobrevivência do seu governo de coligação) do que com a missão que a 'Europa' atribuiu à Alemanha de a socorrer em qualquer situação de necessidade. Para já, a 'Europa' exige à srª Merkel e à Alemanha que assuma um quinto da factura de 135.000 milhões de euros necessários para acorrer à Grécia, depois de esta ter passado vinte anos a desbaratar ajudas europeias (de que foi das mais beneficiadas), a acumular défices para, entre outras coisas, pagar reformas aos 50 anos de idade, e, no fim falsificar as contas públicas e esconder dos seus parceiros do euro o descalabro financeiro em que vivia. Enquanto os alemães pagavam o custo da sua reunificação e o grosso das despesas da tal 'Europa'.


Agora a Grécia, depois Portugal, a seguir a Espanha, talvez também a Irlanda e a Itália. Claro que, se a Alemanha não se comover, adeus euro, talvez mesmo adeus União Europeia. Mas ponham-se na pele de um alemão, ponham-se na pele dos nossos emigrantes que lá trabalham no duro, e digam lá se iam a correr, entusiasmados, salvar a 'Europa'.
E as agências de notação financeira, ah, esses filhos-da-mãe da Standard and Poor's, da Fitch, da Moodys, a alimentarem a especulação contra nós e os gregos? Esses malandros que, vejam lá, olham para o nosso histórico, vêem que passámos a última década inteira a crescer menos de 1% ao ano, enquanto a despesa do Estado crescia cinco vezes mais, e permitem-se duvidar da nossa capacidade de domesticar o monstro nos anos próximos!


Sim, porque nós, se nos derem oportunidade, vamos a correr comprar títulos da dívida pública portuguesa, tamanha é a fé que temos na nossa capacidade de gastar apenas o que produzimos! Claro que eles são uns 'incendiários', mas só porque encontram terreno preparado para arder.
Porque será que não acreditamos naquilo que acusamos os outros de não acreditarem também? Eu explico, pela parte que me toca. Com alguns exemplos concretos - nem sequer os mais significativos, apenas representativos.


Primeiro exemplo: viram aquela imagem do dr. Jardim, de mãos postas como quem reza a um salvador, acolhendo o engº Sócrates no Funchal, acabado de desembarcar do Falcon? Eu sei que as fotografias às vezes mentem: um mau ângulo pode inverter a verdade de um momento. O problema é que aquela imagem correspondia exactamente ao conteúdo do momento. Sócrates desembarcou e Jardim disse-lhe "são 1300 milhões". Sócrates respondeu: "Ok, dou 1100". Jardim voltou-se para trás, para o seu povo, e disse-lhe: "no passado, eu jurei que o sr. Pinto de Sousa era um bandido. Mas agora quero jurar que o engº José Sócrates é um patriota e um amigo da Madeira". Sócrates sorriu, virou-se igualmente para trás e entregou ao seu assessor, sem ler, a folha onde Jardim tinha rabiscado as contas que suportavam a extraordinária factura de 1300 milhões da enxurrada da Madeira. Abriu os braços e exclamou: "há alturas na vida das nações em que o que menos conta é o dinheiro".


Segundo exemplo: depois de ter conseguido que o Governo lhe entregasse toda a área de exposições do CCB para servir de armazém à sua colecção particular de pintura, sem ter de pagar um tostão por isso e sem dar qualquer contrapartida; depois de ter conseguido que o Museu/Colecção Berardo fosse o único museu do país com entradas à borla (assim justificando o "êxito" e o "interesse público" do contrato celebrado com o eng.º Sócrates); depois de ter garantido que o Estado cumpria religiosamente o compromisso mútuo de meter meio milhão de euros por ano para compras destinadas a engrossar a sua colecção, o 'mecenas' Berardo achou-se desobrigado de fazer igual, preferindo pagar em espécie o meio milhão que lhe cabia.


E quando a ministra, posta ao corrente do facto, se atreveu a arquear uma sobrancelha, ele veio, sobranceiro e no seu português típico: "if ministra no contente, I pack my bags and go!" Eu também vou propor às Finanças que, em vez de pagar o IRS em dinheiro, me aceitem uns manuscritos, umas roupas velhas, uns óculos partidos - coisas da minha colecção particular...


Terceiro exemplo: em 2006, o engº Sócrates ficou fascinado com o projecto de construção de um autódromo no Algarve. Nem o desastre da nacionalização (!) do autódromo do Estoril - (brilhante operação do também socialista Pina Moura, que ainda hoje sobrecarrega o erário público, sem qualquer utilidade) - o fez pensar um pouco, antes de se atirar de cabeça. Atirou-se: deu-lhe um projecto PIN, 130 hectares de Reserva Agrícola Nacional para urbanizarem e 12% de participação pública na empresa "privada" Parkalgar - o resto bancou o BCP, numa das suas geniais operações de crédito.
Mas em 2009, segundo as escutas do "Sol", o então administrador do BCP, Armando Vara ("allways on my mind"...), desabafou com o secretário de Estado do Desporto que aquilo era "um sorvedouro de dinheiro... irracional, do ponto de vista económico".


E, como lhe competia, enquanto administrador do credor, tentou, conta o "Sol", passar o crédito "tóxico" que tinha em carteira. Adivinhem para quem? Para os contribuintes, é claro. Segundo o jornal, Vara, disse a Laurentino Dias que "não há razão nenhuma para a Caixa não meter lá dez milhões", já que "aquilo só vai lá com capital público... sem preocupações de retorno". E, por isso, ele achava que "o chefe" (que já sabemos quem não é) "devia dar um conforto". Pois que "é irracional, mas está feito, e um dia qualquer o Estado nacionaliza aquilo - que é a solução". Preparem-se, pois: um dia seremos o único país do mundo que tem, não um, mas dois autódromos sem corridas e ambos comprados pelo Estado aos empreendedores visionários que os construíram. Estão a ver por que a Standard and Poor's não acredita em nós?


Querem mais exemplos? O contrato da auto-estrada do Pinhal Interior (procure no mapa), assinado à pressa entre a Brisa e a Mota-Engil, no mesmo dia em que o ataque à dívida pública atingia o máximo (tal como o contrato celebrado entre a APL e a mesma Mota-Engil, para o Terminal de Contentores de Alcântara, também assinado a correr, assim que se levantou publicamente a vontade de contestar o negócio, jurídica e politicamente). Mais 1200 milhões para reforçar a nossa posição de país com mais quilómetros de auto-estrada por habitante de toda a UE.

Outro: o 'comboio-fantasma' de Oeiras ou as dívidas das empresas municipais, utilizadas como expediente para contornar os limites de endividamento das autarquias. Outro ainda: a arrogância dos accionistas das empresas participadas pelo Estado, recusando-se a acatar as instruções do Governo para suspender ou, ao menos, limitar os prémios de gestão, que são um insulto público. E este: os dois dias de tolerância de ponto e de caos nas cidades, porque vem aí o Papa e o país tem de parar.
Poderiam ser dezenas de exemplos. Mas não vale a pena, já. Quem quer perceber, percebeu há muito. Quem não quer, vai perceber da pior maneira. Só não digam, depois, é que não sabiam.

Texto publicado na edição do Expresso de 1 de Maio de 2010
Ilustrações por Milan Kem-Dera
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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mesmo sabendo quem é... ainda assim me surpreende!


Ele há coisas e gente que, mesmo tratando-se de quem se trata, me deixam atónito e sem palavras para comentar!... Melhor mesmo é ver, que uma imagem vale mais, muito mais, do que mil palavras... palmar assim dois gravadores de uma vez só!  Grande "virtuosismo" de mãos...  de veludo!... Terá tomado lições com o David Copperfield?




Para quem não sabe destas coisas, eram dois gravadores iguais a estes (antes de serem palmados). Se alguém os vir por aí... é favor avisar a Revista SÁBADO.


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terça-feira, 4 de maio de 2010

Carta Aberta ao Primeiro Ministro... em vídeo!


Grande Lúcia Pimenta, estou contigo. Quando isto for ao fundo (e não faltará muito.. ), vamos ter que nos atirar ao mar, mas desta vez em caravelas de "papel". Embarcarei contigo na primeira delas...


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Só esta me faria rir... nos tempos que correm


Non habemus esperma!


COM A CRISE ao rubro, Portugal de rastos, os portugueses sem ponta por onde se lhes pegue, o juiz desembargador Eurico Reis proclamou:

-Existe falta de esperma em Portugal!

O desembargador da Relação de Lisboa sabe o que diz, porque é o Presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida. Antes, já dera nas vistas na Comissão da Carteira dos Jornalistas, a exigir que os portadores daquele título profissional viessem de espermatozóides respeitáveis,  para afastar os filhos da mãe.

Mesmo que fiquemos todos ceguinhos a ordenharmos o de cada um para um copo esterilizado, não conseguimos ajudar quem não pode continuar a Pátria. O juiz diz que temos de importar esperma enquanto não inaugurarmos o centro público de recolha prometido por Sócrates para o Porto. Mas sem dinheiro, não vamos lá. Nem à mão.


A Faculdade de Medicina do Porto levou 25 anos para recolher 980 amostras. Não se sabe se as “francesinhas” ajudam, mas de borla, para um copo, com revistas a preto e branco e “lingerie” ultrapassada, é um bom resultado! Imaginem este meio milhão de desempregados que o Sócrates criou agora, com vídeos a cores e 5 euros por cada copo! Coitados, até fazem horas extraordinárias!

Por Joaquim Letria
in «24 horas» de 3 Maio 2010
 

Novos talentos musicais: Hilary Hahn

E, no alvorecer deste século XXI, aí temos o mais recente talento no violino: Hilary Hahn. Nem todos conseguem extrair 4 vozes em simultâneo de um instrumento concebido apenas para uma.
O virtuosismo que este novo génio do violino imprime na sua execução, faz-me lembrar dois dos maiores violinistas do século passado: YEHUDI MENUHIN e ITZHAK PERLMAN, por acaso (ou talvez não) ambos judeus; aquele nascido nos EUA (1916-1999), este nascido em Israel em 1945.

Vale a pena ouvi-la, neste "Grand Caprice on Schubert's Der Erlkönig, Op. 26" de  Ernst




segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pela sua bitola... ou talvez, sem bitola nenhuma!

Pela sua bitola

Daniel Oliveira (in www.expresso.pt)
Segunda-feira, 3 de Maio de 2010

Sócrates escolheu os desempregados para cordeiro da crise. Não fez contas e explicou que os cortes no subsídio são "o incentivo certo para trabalhar". Julga que 700 mil desempregados vivem de esquemas.

Quando foi preciso mostrar um cordeiro para o sacrifício, os escolhidos foram os desempregados. Os mercados querem ver sangue, dizem os entendidos nestas coisas de talhantes. E nada melhor do que os que perderam o emprego para a função.

Na última sexta-feira, no Parlamento, quando lhe foi perguntado quanto pouparia com os cortes do subsídios de desemprego que tão orgulhoso decidiu antecipar, Sócrates embatucou. E depois lá disse: -não há estudo nenhum. Assim, sem qualquer ideia do impacto que a coisa terá, degrada-se ainda mais a vida de quem já a tem desfeita.

Depois de confessar a ligeireza, José Sócrates tinha de dizer alguma coisa. Saiu-lhe uma frase que faria corar de vergonha o senhor Paulo Portas: "há pessoas no desemprego que precisam de ter o incentivo certo para trabalhar". Ou seja, quem está desempregado tem nestes cortes um incentivo para sair da boa vida que leva. Os empregos estão aí, e há 700 mil portugueses (acreditando nos sempre optimistas números oficiais) que só não trabalham porque não querem. Vale a pena ver alguns dos trabalhos e respectivas remunerações que o Estado publicita nos seus sites para perceber como há quem se aproveite da desgraça alheia.

É quando perde o guião, que José Sócrates diz o que realmente pensa. E o que pensa podia ser dito por um qualquer oportunista que nunca perdeu um segundo a pensar nas razões que o levaram a militar num partido que se chama "socialista". Podia dizer que o seu raciocínio é de direita e que o facto de ter, na mesma intervenção, falado da "esquerda moderna", só demonstra até onde pode ir o cinismo. Mas não é isso.
Na verdade, Sócrates não faz a mais pálida ideia do que seja ser de direita ou a de esquerda. É um homem sem valores políticos e sem raízes ideológicas. Um autoritário que por ser autoritário aparenta ter convicções. Não tem nenhuma.

Mas o mais grave não é o vazio ideológico. É a insensibilidade e a ignorância. Um primeiro-ministro que diz, num país onde todos os dias mais gente se vê na total incerteza em relação ao seu futuro, uma frase destas não merece perdão. Ao pé do que isto revela, pequenos e grandes casos que envolveram o seu nome são irrelevantes. E é a ignorância (naquilo que ela tem de mais profundo) de quem está convencido que a maioria das pessoas não tem brio e não se importa de se socorrer de esquemas para se safar na vida. Compreende-se que assim pense. Todos temos uma certa tendência para avaliar a vida dos outros pela vida que tivemos.
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Comentário: -esta medida seria muito mais eficaz se, em vez de retirar apenas 25%, tivesse retirado tudo. Assim, talvez os 700.000 desempregados decidissem, finalmente, ir ocupar aqueles 150.000 postos de trabalho tão prometidos pelo PM nas legislativas de 2005!...