quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Medíocres"... são todos os outros!

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"Mais medíocres"


A última coisa que me imaginava a fazer era a exegese de frases de políticos em campanha. Pensava eu que, mesmo vivendo com uma reforma de 800 euros como a senhora do prof. Cavaco Silva, de tal água nunca beberia. Mas dei com uma frase do professor num almoço com jovens e todo o edifício dos meus princípios e escolhas de vida se desmoronou.

"Pensem bem o que significa alhear, deixar àqueles que são mais medíocres, àqueles que têm menos conhecimentos e capacidades, àqueles que são menos sérios, o poder de decisão", alertou o professor os jovens no Português que lhe foi possível.
É certo que Cavaco Silva não é propriamente o Pe. António Vieira. Não precisava, contudo, de ter espoliado o pobre "alhear" do complemento directo e/ou do pronome. E, pensando bem, talvez aquele "pensem bem" estivesse a pedir uma preposição, nunca se sabe...
Mas se a gramática de Cavaco Silva dava um "Prós & Contras", a sua semântica e a sua humildade davam dois. Se bem percebi, o que o candidato presidente diz é que todos os outros candidatos são "mais medíocres" que ele, e que têm "menos conhecimentos e capacidades" e são "menos sérios".

Tudo numa só frase e sem se engasgar.

Faltou-lhe dizer que é mais bonito que Defensor Moura, mais alto que José Manuel Coelho, mais bem penteado que Francisco Lopes e que tem gravatas mais caras que Manuel Alegre e Fernando Nobre.

Mas não desesperemos, resta uma semana de campanha.

(Manuel António Pina, in JN, 18/01/2011)
 
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5 comentários:

Karocha disse...

Notável Milan,nem percebem o que dizem, tal o Ego...

Milan Kem-Dera disse...

Karocha

No final desta campanha, vamos ficar muito mais enriquecidos culturalmente com as frases célebres deste candidato, a última das quais é que se deve "votar nele de forma a que ganhe já no dia 23 de Janeiro, porque uma segunda volta ficará muito cara ao país"!

Mas tem outras que são verdadeiras pérolas: "a minha mulher tem 800 euros de reforma e sou eu que tenho de tomar conta dela...", ou ainda "a senhora deve procurar ajuda num centro que não seja do Estado..." ou ainda mais esta em Bragança: "...eu adoro andar de combóio; tenho pena que não chegue até Mirandela".
Mas são tantas que se lhe perde já a conta. Só mesmo reunidas num "grande livro das bacoradas".

Karocha disse...

Eu tenho estado atenta Milan
Ontem fui insultada no blog "os tabus de Cavaco"
O administrador do blog, retirou o insulto, mas eu tenho-o guardado!

kakauzinha disse...

Também ouvi a questão da carestia. Se ele fosse pró... fazia bem melhor. Se desaparecesse e fosse para trás do sol-posto, que favor faria a este país!

Mas devia ir com uma mão atrás e outra à frente como sentença justa de ser um dos grandes responsáveis da miséria em que estamos. Melhor seria se estivesse no banco dos réus a responder a todas as trafulhices. E que grande banco teríamos nós, repleto de ladrões. No fundo, todos eles são o Ali-Babá e os quatrocentos mil milhões de ladrões. A perder de vista. Grande puta é esta UE que não tem mão nisto. É que lá por fora os Grandes amanham-se e borrifam-se nos Pequenos. Ainda assim, volto a dizer, Portugal não tem culpa de ter tantos filhos ladrões. E estes ladrões não são Portugal. Apenas nasceram cá e fizeram do país um pé-de-meia nojento em favor próprio. Não são os filhos da Nação, são simplesmente filhos da puta. Fora as mães que os pariram que não têm culpa nenhuma. Se têm... que encaixem.

Milan Kem-Dera disse...

Um dia, kakauzinha, eles vão desaparecer... só que irão tal como os anteriores - com a carteira bem recheada, para eles e para várias gerações da família! Porque isto não é um país, mas um paraíso para os canalhas que dele se apossaram e secaram as carteiras do povo.

O mais espantoso é que o fizeram com o voto deste mesmo povo imbecil!