Sou um aficionado, melhor dizendo, um maluquinho pelas motas. Sempre fui. Desde miúdo, com os meus 12/13 anos, eu já dava cabo das motas ao meu pai. Mas dava literalmente cabo delas. Não aos trambulhões, mas a acelerar. Mota onde eu pusesse as mãos... havia de rodar o punho até ao fim! Felizmente nunca aconteceu, mas ainda me recordo de alguns "milagres" que fizeram com que me não estatelasse contra um muro ou um carro que, de repente e despropositadamente, se atravessavam à minha frente.
Hoje, e desde há quase 3 décadas (ah, que este bichinho nunca morre...), sou um "motard" com uma larga experiência e que conta no seu curriculo com mais de 2 dezenas de motas e para cima de 1 milhão de quilómetros percorridos. É obra, não?... Mas o que eu gostava mesmo era de acrescentar ao vício das motas mais este outro vício - o de planar pelos montes e desfiladeiros, acelerar à vontade sem ter que escolher os caminhos, sem encontrar curvas nem trânsito, nem polícias, nem radares! Sentir apenas a adrenalina a invadir-me o corpo e a mente. Sentir apenas o vento na cara e o assobio nos ouvidos!
Era assim que eu gostaria de começar o Ano Novo - voando! Ainda assim... vou fazer o melhor que posso na mota!
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4 comentários:
Motas também é comigo. Desde que vi o Easy Rider disse cá pra mim que havia de ter uma HD (de preferência com o Peter Fonda, of course). Mas nunca tive porque sou uma medricas e além disso mi madre enfiava-me logo no bendito do colégio das freiras (se fosse de padres até ia a butes, ahaha!) Agora este voos... nem pó!
Realmente mais de 2 dezenas de motas e mais de 1 milhão de quilómetros é obra! Ganda motard, bro! Isso é que é abanar o capacete!
:))****
Medricas... tu no sabes lo que pierdes!
Eu acho é que tudo isso tem mais a ver com o Peter Fonda! Oh, se tem... e como deves ter sonhado com a garupa dele! Da mota dele, claro.
Huumm... deves ter sido cá uma "teenager"... a mamã lá teria as suas razões!
:)**
Mano, mano, o que tu pensas de mim! Então não sabes como era a mentalidade da época?! Mi madre até achava que as discotecas eram um antro de perdição. E numa altura em que os rapazinhos eram bem recatados e o namoro não incluía sexo antes do casamento. Belos tempos, diga-se de passagem, bem diferentes da sordidez e promiscuidade de agora.
Claro que sempre houve excepções, mas eu não fiz parte delas. Por isso com o meu Anjo Azul o namoro de um ano foi tão virgem quanto eu. Tinha 17 aninhos e era uma virgem pura, toda ternura. E esta, hem? Quando vi o Easy Rider era tão novinha que os suspiros cinematográficos pelo Peter Fonda eram totalmente inocentes. Era apenas uma teenager hippie, ingénua e romântica e garupa só conhecia mesmo a dos maravilhosos burros e cavalos de mi padre, além da lambreta dos meus primos, ahahah! O problema de mi madre era ter uns padrões morais mais rígidos do que aço e tudo levava ao pecado carnal, mesmo sem sequer haver o vislumbre de tal coisa. Mentalidades fechadas a certos aspectos da vida, achando que motas, hippies, rapazes e discotecas eram o diabo à solta.
Mas o mais engraçado é que tirei dessa educação o melhor e dei os mesmos valores às minhas filhas, acompanhando os tempos e doseando a independência. Fiz um bom trabalho nesse aspecto, criei duas meninas que nunca me envergonharam em nenhum aspecto. Saíram à mamã, nada de baldas e figuras tristes. Bem diferente dos tempos actuais em que tudo é sexo barato e tudo parece uma compra e venda de saldos. Mas há tradições que ainda são o que eram. E são sempre bonitas, tal como o concerto de Ano Novo de Viena, uma paixão antiga e que estive a ouvir enquanto dedilhava. Deviam ser uma receita contínua e talvez não se visse tanta porcaria por aí. A nossa vida deverá ter sempre a dignidade de uma suave valsa dançada em pontas de ballet. Nicht war?
Tschüss :))****
Belos tempos! Onde ainda havia uma idade chamada "da inocência"...
De qualquer modo, não te podes queixar muito; pois se já tinhas visto a lambreta dos teus primos... até já estarias muito "avançada" para a época!
Ainda assim, os olhitos fujiam-te mais para coisas maiores: a mota do Peter Fonda! (hahahaha... sorry, brincadeira do Ano Novo...)
Mas tens razão. Estamos na cultura dos anti-valores, onde a pulhice e a canalhice são os "valores" que vieram substituir o mérito e a competência!
:)*
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