2011: o ano da verdade
Durante seis anos José Sócrates governou o País a seu bel-prazer. Demagogo como poucos, profissional da política, hábil manipulador das expectativas da população, mestre da propaganda, parco em escrúpulos, exemplo acabado do chico-espertismo nacional, Pinto de Sousa – assim é o seu nome de família – foi, até há bem pouco tempo, um caso de sucesso na política portuguesa. Os seus podres apenas o tornaram mais forte e ao povo menos exigente. A sua estratégia de domínio dos pilares organizados da Nação, a começar pelo Estado, pela economia e pela finança, e a acabar nas empresas de comunicação social pública e privadas, deu e continua ainda a dar enormes frutos e vantagens ao círculo próximo dos amigos do primeiro-ministro. E a ele próprio, evidentemente.
Porém, o fogo fátuo em que assentam as suas políticas económicas e sociais, desde a economia à educação e saúde, ameaça, agora que a crise veio evidenciar as fragilidades nacionais, fazer ruir o seu poder como um castelo de cartas. A generalizada subida de preços, a descida de salários de centenas de milhares de trabalhadores, o desemprego crescente, as falências sucessivas, principalmente na indústria e comércio, a pobreza que vai grassando cada vez mais, já não só entre os pobres tradicionais, mas também nas classes médias, serão a dura realidade que nos espera este ano e, a continuarmos assim, nos que lhe seguirem.
Em 2002, quando Guterres nos legou o pântano e fugiu do governo, Durão Barroso fez o célebre discurso da tanga e o PS, com a habitual falta de vergonha que o caracteriza, fingiu que a deplorável situação em que então nos encontrávamos nada tinha a ver com os seis anos de despesismo e desperdício da gestão socialista.
Agora, se ao PS fosse dada a oportunidade de fugir novamente, cedo repetiria o discurso desavergonhado de que a culpa do colapso à beira do qual nos encontramos seria de quem lhe sucedesse e não da incompetência, do golpismo, do amiguismo e sim, do despesismo, que caracterizaram a governação dos últimos seis anos.
É por isso que eles não podem fugir outra vez às suas responsabilidades perante o país. O PS tem de continuar a governar mesmo que o não queira. Este ano vai ser, a todos os títulos, a prova cabal, a prova definitiva, sobre a falência do modelo socialista e a mentira das políticas que nos têm imposto.
Até há um ano, os portugueses deixaram-se enganar, mas creio que este ano abrirão finalmente os olhos e endenderão que o principal responsável pela situação em nos encontramos tem um nome: José Sócrates Pinto de Sousa. A saída do poder, para ele, terá de ser a pontapé. Terá de ser sob o jugo, uma rendição incondicional. Sem negociações nem armistícios.
E então teremos o nosso Ano Zero, o tempo em que começaremos a reerguer Portugal, livres da mentira, do folclore político, da propaganda descarada, do novo-riquismo e do amiguismo.
Então, percebendo, como tão bem os nossos emigrantes o percebem lá fora (porque razão apenas aqui nos sentimos incapazes de potenciar as nossas naturais e enormes qualidades?), que só com trabalho, honestidade, probidade, perseverança, empreendedorismo e amor à Pátria, seremos capazes de dobrar outra vez as Tormentas, então, sim, descobriremos a nova Boa Esperança que nos levará à construção de um País mais moderno, economicamente desenvolvido e socialmente justo e responsável. E, acima de tudo, mais decente.
Faço votos para que 2011 seja o último deste tempo de vésperas e o prenúncio das mudanças radicais que se impõem a Portugal se quisermos inverter a decadência do presente.
(Publicado por Rui Crull Tabosa, in blogue Corta-Fitas, em 01/01/2011)
(Nota: - Ilustrações acrescentadas por mim)
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