sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal... para os políticos deste país!

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Parábola das tristes décadas

Há trinta e cinco anos que vocês nos manipulam, nos dominam, nos mentem, nos omitem, nos desprezam.
Há trinta e cinco anos que nos roubam, não só os bens imediatos de que carecemos, como a esperança que alimenta as almas e favorece os sonhos.
Há trinta e cinco anos que cometem o pior dos pecados, aquele que consiste na imolação da nossa vida em favor da vossa gordura.
Há trinta e cinco anos que traem a Deus e aos homens, sem que a vossa boca se encha da lama da mentira.
Há trinta e cinco anos que criam legiões e legiões de desempregados, de desesperados, de açoitados pelo azorrague da vossa indignidade.
Há trinta e cinco anos que tripudiam sobre o que de mais sagrado existe em nós.
Há trinta e cinco anos que embalam as dores de duas gerações de jovens, e atiram-nos para as drogas, para o álcool, para uma existência sem rumo, sem direcção e sem sentido.
Há trinta e cinco anos que caminham, altaneiros e desprezíveis, pelo lado oposto ao das coisas justas.
Há trinta e cinco anos que são desonrados, torpes, vergonhosos e impróprios.
Há trinta e cinco anos que, nas vossas luras e covis, se acoitam os mais indecentes dos canalhas.
Há trinta e cinco anos que se alternam no mando, e o mando é a distribuição de benesses, prebendas, privilégios entre vocês.
Há trinta e cinco anos que fazem subir as escarpas da miséria e da fome milhões de pessoas que em vocês melancolicamente continuam a acreditar.
Há trinta e cinco anos que se protegem uns aos outros, que se não incriminam, que se resguardam, que se enriquecem, que não permitem que uns e outros sejam presos por crimes inomináveis.
Há trinta e cinco anos que vocês são sempre os mesmos, embora com rostos diferentes.
Há trinta e cinco anos que os mesmos jornais, sendo outros, e os mesmos jornalistas de outra configuração, sendo a mesma, disfarçam as vossas infâmias, ocultam as vossas ignomínias, dissimulam a dimensão imensa dos vossos crimes.
Há trinta e cinco anos sem vergonha, sem pudor, sem escrúpulo e sem remorso.
Há trinta e cinco anos que não estão dispostos a defender coisa alguma que concilie o respeito mútuo com a dimensão colectiva.
Há trinta e cinco anos que praticam o desacato moral contra a grandeza da justiça e a elevação do humano.
Há trinta e cinco anos que, com minúcia e zelo, construíram um país só para vocês.
Há trinta e cinco anos que moldaram a exclusão social, que esculpiram as várias faces da miséria e, agora, sem recato e sem pejo, um de vocês faz o discurso da indignação.
Há trinta e cinco anos começaram a edificar o medo, e o medo está em todo o lado: nas oficinas, nos escritórios, nos entreolhares, nas frases murmuradas, na cidade, na rua. O medo está vigilante. E está aqui mesmo, ao nosso lado.
Há trinta e cinco anos encenaram e negociaram, conforme a situação, o modo de criar novas submissões e impor o registo das variantes que vos interessavam.
Há trinta e cinco anos engendraram, sobre as nossas esperanças confusas, uma outra história natural da pulhice.
Há trinta e cinco anos que traíram os testamentos legados, que traíram os vossos mortos, que traíram os vossos mártires.
Há trinta e cinco anos que asfixiam o pensamento construtivo; que liquidaram as referências norteadoras; que escarneceram da nossa pessoal identidade; que a vossa ascensão não corresponde ao vosso mérito; que ignoram a conciliação entre semelhança e diferença; que condenam a norma imperativa do equilíbrio social.
Riam-se, riam-se. Vocês são uma gente que não presta para nada; que não vale nada.
Malditos sejam!

(Baptista Bastos, in "Jornal de Negócios" em 24/12/2010)



 
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Isto dá que pensar... muito seriamente! - E assusta...

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As civilizações anteriores não desapareceram de um dia para o outro.  Umas foram mais rápidas outras menos no seu desaparecimento, mas todas elas tiveram as mesmas fases:  - o surgimento, o apogeu e o declínio.  A diferença está na duração de cada um destes ciclos;  nuns casos de milénios, noutros de alguns séculos.  Do mesmo modo que do surgimento ao desaparecimento de cada uma delas, só com o distanciamento de alguns séculos ou milénios a História consegue reunir factos que possam explicar os contornos dos ciclos das civilizações desaparecidas. 
Esta civilização ocidental, tal como a conhecemos hoje, estará já, tudo indica, na fase imparável do seu declínio.  A única diferença para as anteriores é que o declínio desta é perceptível e cada vez mais acelerado, e não irão ser necessárias demasiadas gerações nem séculos de distanciamento para definir claramente os seus contornos.  E muito menos para caracterizar o seu declínio.  Apercebemo-nos disso todos os dias, e reconhecemos os seus sintomas.  Somos espectadores intervenientes no processo e assistimos, em tempo real e impotentes, ao seu inexorável fim.  Ao ritmo a que tudo se desenrola actualmente, o intervalo de clivagem entre esta e a próxima será de apenas algumas dezenas de anos, em lugar de centenas ou de milhares!





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sábado, 18 de dezembro de 2010

Momentos de raiva - "No País dos Sacanas"

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Que adianta dizer-se que é um país de sacanas?
Todos os são, mesmo os melhores, às suas horas,
e todos estão contentes de se saberem sacanas.
Não há mesmo melhor do que uma sacanice
para poder funcionar fraternalmente
a humidade de próstata ou das glândulas lacrimais,
para além das rivalidades, invejas e mesquinharias
em que tanto se dividem e afinal se irmanam.

Dizer-se que é de heróis e santos o país,
a ver se se convencem e puxam para cima as calças?
Para quê, se toda a gente sabe que só asnos,
ingénuos e sacaneados é que foram disso?

Não, o melhor seria aguentar, fazendo que se ignora.
Mas claro que logo todos pensam que isto é o cúmulo da sacanice,
porque no país dos sacanas, ninguém pode entender
que a nobreza, a dignidade, a independência, a
justiça, a bondade, etc., etc., sejam
outra coisa que não patifaria de sacanas refinados
a um ponto que os mais não são capazes de atingir.

No país dos sacanas, ser sacana e meio?
Não, que toda a gente já é pelo menos dois.
Como ser-se então nesse país? Não ser-se?
Ser ou não ser, eis a questão, dir-se-ia.
Mas isso foi no teatro, e o gajo morreu na mesma.


(Jorge de Sena)


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O alentejano! - ahhh!... é um girasso! - muito prazer em conhecer!...

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Fiquei estarrecido!  É que não estava nada à espera de conhecer o alentejano!  Então não é que o magano do alentejano é bué de giro...  cheio de estilo e disponível 24 horas, bem apessoado e de bom tamanho, com um traseiro sensual por demais, bem falante e beijoqueiro, homem solteiro e prendado, um operacional com uma quinta e telemóvel, proprietário de 2 belos carrinhos, um Peugeot "400 e tal" e ainda este que faz as delícias de qualquer pretendente ao lugar, levando até a despertar quentes e voluptuosos sonhos eróticos naquelas almofadas de bancos em pele de camurça e caxemira!  Confesso-vos que é nestas alturas assim que lamento ter nascido homem, porque...  se mulher fosse, este alentejano não me escapava!  Por nada deste mundo...  juro!



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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Finalmente (!) o início da implosão “desta” justiça em Portugal ?

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Pela grande actualidade e pela extrema gravidade que este assunto tem para Portugal; pela importância fundamental que uma Justiça credível deverá representar num estado de direito;  pelo relevante papel que uma Justiça credível deverá ter na sustentação de um estado democrático;  pelos altos padrões de isenção e de competência que uma sociedade democrática deverá exigir da sua Justiça, reproduzo aqui dois postes do “José” no seu blogue “portadaloja” (na impossibilidade de os poder “linkar” isoladamente, em paginação Web: «http://»)

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A crise na Justiça

Os juízes que absolveram 11 dos 12 elementos do Gang do Multibanco, acusados de roubar mais de dois milhões de euros em caixas ATM, fizeram "um errado julgamento de parte significativa" das provas oque "foi gravemente lesivo dos interesses e expectativas das vítimas e corrosivo para a imagem de uma Justiça que tem vivido um dos seus piores momentos" diz o Tribunal da Relação de Lisboa, que ontem mandou repetir todo o julgamento.

No acórdão lê-se que " tomada em Julho por um colectivo de juízes das Varas Criminais de Lisboa, presidido por Nuno Ivo e de que faz parte Ana Teixeira e Silva (a juíza que livrou Paulo Pedroso de ir a julgamento no caso Casa Pia).

"Aquilo que haveria de ter sido dado como comprovado, ante a evidência e a irrefutabilidade de algumas provas" - na investigação da GNR, liderada pelo DIAP -, foi "fonte de dúvidas e conflitos de consciência". Se os juízes não viram as "provas para condenar [pelo menos sete elementos], para que ninguém seja condenado e o País entre em pânico com este tipo de criminalidade violenta, bastam um gorro, um par de luvas e força bruta".

Henrique Machado Correio da Manhã 15.12.2010

Não é muito vulgar este tipo de decisões em que juízes criticam desta forma outros juízes. Os juízes por natureza da função, são entidades independentes. Não respondem pelos actos que praticam na função jurisdicional, senão nos termos apertados do respectivo Estatuto.

Ainda assim, quando um tribunal da Relação, cujos nomes que o compõem não são notícia, ao contrário do que acontece com o dos juízes criticados, escreve que "é com um misto de incompreensão e perplexidade que se tenta entender a decisão", sendo uma das juízas criticadas a mesma que relatou o acórdão que provocou um escândalo nacional, é altura de o cidadão se interrogar como é que alguns juízes... o são. E como é que o CEJ, os formadores e os estágios deixam escapar para a função, pessoas que depois decidem do modo que a própria Relação entende como inaceitável e motivo de grande perplexidade e portanto escândalo.

Os juízes e os tribunais decidem em nome do povo. Se alguns juízes não entendem esta função e a natureza intrínseca da respectiva responsabilidade, haja pelo menos um Conselho Superior que actue, porque em determinado tipo de "erros grosseiros" já actuou.
Pelos vistos, estaremos perante um deles. Este bem notório, segundo a Relação...

- posted by josé @ 15.12.10

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A machadada final
Um inquérito ao estado da Nação hoje divulgado destaca a corrupção, a Justiça e a economia nacional como os indicadores com avaliação mais negativa.

SIC:

O processo “Face Oculta” vai transitar para o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, anunciou hoje o juiz presidente da Comarca do Baixo Vouga, Paulo Brandão, que revelou ainda que 10 arguidos pediram a instrução do

O pedido consta do requerimento de abertura da instrução enviado ao Tribunal de Aveiro, como confirmou à agência Lusa Artur Marques, advogado do empresário do ramo das sucatas que se encontra preso preventivamente há mais de um ano.

"Isto tem uma repercussão enorme. Está em causa o processo todo", sublinhou o advogado, afirmando que esta situação "tem como consequência a nulidade de todos os despachos que determinaram que se procedesse a escutas e os atos que determinaram a prisão preventiva do arguido".

Se o processo Face Oculta for arquivado por nulidade que inquina o processado, por motivos exclusivamente processuais e devido às leis que temos, aprovadas em 2007 pela Unidade de Missão do ministro Rui Pereira, justifica-se um levantamento nacional, uma greve de magistrados e um inquérito parlamentar para se apurarem como é que estes escândalos acontecem com a complacência ou porventura instigação do poder político do centro, in totum.

Essa eventual ocorrência representará a machadada final da credibilidade do nosso sistema de justiça e haverá que apurar de quem é a responsabilidade teórica e prática de tal facto.
Cá estaremos, porque esta pouca-vergonha não tem paralelo nos 36 anos de democracia.
Desde já adianto um suspeito: a escola de direito penal de Coimbra e os acólitos de Lisboa.

- posted by josé @ 14.12.10

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Grécia Hoje: - Uma antevisão do "Portugal Amanhã" ?!... da "Europa Amanhã" ?!...

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Polícia de choque grega contra os manifestantes anti-austeridade
(A oitava greve geral pelo mal-estar dos cortes nos impostos)


Por Renee Maltezou e Behrakis Yannis
ATENAS
qua 15 dez 2010 0:56 pm EST

ATENAS (Reuters) - Manifestantes gregos entraram em confronto com a polícia e incendiaram carros e um hotel no centro de Atenas (quarta-feira), quando dezenas de milhares de pessoas marcharam contra as medidas de austeridade que visam tirar o país de uma crise da dívida.  A polícia de choque respondeu com dezenas de cartuchos de gás lacrimogéneo em confrontos que duraram mais de uma hora na maior e mais violenta marcha desde que três pessoas morreram nos protestos em Maio. A polícia perseguiu os jovens encapuzados que atiraram pedras e paus.  Horas antes, o parlamento aprovou mais reformas e cortes de despesas que são uma condição da UE / FMI para o resgate de 110 mil milhões de euros (US $ 150 bilhões) concedidos em Maio, em troca de fortes medidas de austeridade.
Trabalhadores do sector público e privado cancelaram vôos, fecharam escolas e paralizaram os transportes públicos; cerca de 50 mil marcharam pela capital - Atenas. Alguns gritavam: "Revolta! Reversão nas medidas do governo!"

Quando a marcha chegou ao Parlamento, cerca de 200 esquerdistas conservadores atacaram o ex-ministro dos transportes Kostis Hatzidakis com os punhos, pedras e paus, gritando: "Ladrões! Tenham vergonha!"  O rosto do ex-ministro ficou coberto de sangue, tendo-se abrigado num edifício, disseram testemunhas à Reuters. Segundo a polícia, nove pessoas foram presas e outras 11 detidas temporariamente, enquanto três ficaram feridas.
Três carros na Praça Syntagma estavam em chamas, enquanto um quarto do hotel de luxo estava em chamas depois de coquetéis molotov terem sido lançados. Fumaça e gás lacrimogéneo cobriram a praça e os transeuntes corriam freneticamente em busca de segurança.
"As pessoas dizem basta! A raiva é tão grande que ninguém pode pará-las", disse Ilias Iliopoulos, secretário-geral do sindicato ADEDY, acrescentando que a marcha era maior do que a de Maio, quando 50.000 participaram.  "Hoje é um aviso para o que se seguirá depois das férias", acrescentou.

Os navios permaneceram atracados nos portos, os hospitais trabalharam com o pessoal mínimo e os ministérios fecharam, os funcionários públicos e trabalhadores do sector privado ficaram afastados.
Sem os transportes públicos, as principais ruas do centro de Atenas ficaram atoladas, com os automobilistas esforçando-se para chegar ao trabalho. Não houve notícias na TV ou rádio, os jornalistas estavam em greve.
"Com a crescente raiva pública, o apoio dos sindicatos cada vez menor e o apoio da oposição ausente, o governo tem pela frente alguns meses difíceis", diz uma nota da consultora IHS Global Insight. "Mas a decisão do governo de manter-se num caminho reformista permanece intacta."

"Eu não posso sentar-me no sofá e ver meu país ir ao fundo. Estou aqui para gritar e lutar. Eu sou professora e muitos dos pais dos meus alunos estão desempregados", disse Anastasia Antonopoulou, de 50 anos, que viajou da ilha jónica de Zakynthos para a marcha.



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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vaginal Music - um novo estilo musical...

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Que a vagina estimula os sentidos não é novidade -  isso já nós sabemos há muito.  Homens e mulheres.  Começando pelo da visão,  com todas aquelas libidinosas fantasias de apetecidos paraísos, sempre envoltos em enigmas por tão fabulosos tesouros escondidos.  O gosto,  tão apurado e sempre tão desejoso de adquirir mais e mais conhecimentos no contacto com todos aqueles apreciados sabores que a terra e o mar, tão pródigos em aromas, têm para oferecer.  O olfacto,  onde as feromonas actuam intensamente, excitando e despertando as narinas até nos fazer recuar aos tempos em que os humanos andavam de quatro (e quantas vezes não gostamos ainda de reproduzir esta antropológica posição...).  E que o tacto,  de todos o mais previlegiado dos sentidos, é aquele que melhor se aproveita dos outros e acaba sempre por levar o prémio maior, ao mesmo tempo que publicita bem alto a sua festa fazendo soar, estridentes e celestiais, todos os sinos e campaínhas em redor  -  tudo isso já nós sabíamos.  A audição,  porém, ficou de fora neste quente e húmido palco de múltiplas e divertidas variedades.  Nada sobrou para este sentido!  Até agora...

Que ela - a vagina - tantas e quantas vezes nos dá música para adormecermos... e até, travestida de cegonha, de vez em quando lá traz mais um para que o ciclo se não interrompa -  tudo isso já nós sabíamos.  Agora que ela também seria capaz de nos presentear com uma sinfonia vaginal...  isso já são coisas de fazer levantar o mais encolhido dos cidadãos! 
Farta de tanto canalizar para a vizinha boca os anúncios e os pregões de tantos e tais prazeres que a invadem, ela - a vagina - inventou finalmente um modo original de se expressar.  Como se ela precisasse de mais esta habilidade!    Pessoalmente, não gosto de pífaros.  Estou mais na gaita de foles.  Gostos...

Ainda assim...  será que alguém aqui quererá experimentar?  Que tal gravar uma pequena demonstração?  Prometo que a postarei aqui!  JURO!...



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Momentos de raiva - "Um agradecimento à corja"

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Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade.

Obrigado por nos roubarem.
Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.

Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.

Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.

Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.


(Joaquim Pessoa)

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domingo, 12 de dezembro de 2010

Ele não deve; ele nunca deveu; ele nunca se atreve a dever! - Para que serve?

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Sim, para que serve um presidente que ocupa o cargo e não é capaz de assumir os seus poderes?  Para que serve um presidente que nunca deve falar, nunca deve comentar,  nunca deve pronunciar-se, nunca deve intervir, nunca deve demitir, nunca deve dissolver?   Afinal, o que deve então o presidente?  - viver dos rendimentos e receber mordomias, habitar um palácio na zona mais bonita da cidade, deslocar-se refasteladamente nos carros da presidência, cortar umas fitas aqui outras acolá, despejar um micro-discurso num qualquer microfone só para dizer que "já disse"...  Só isso? 

Não. Também para nos dizer o que é a "boa e a má moeda" política - sendo que a "boa" é a dele.  Também para nos dizer aquilo que toda a gente está farta de saber - que há fome neste país - como se ele não tivesse nada a ver com isso!  Que "os portugueses devem sentir-se envergonhados por haver gente com fome"...  como se ele próprio não tivesse concorrido para isso!  Primeiro, com 10 anos de governo despesista e amiguista, desbaratando toneladas de dinheiro que deveriam ter sido aplicadas na melhoria sustentada da geração actual e na preparação das gerações futuras.  Depois, com 5 anos de presidência sem que nada tivesse feito, sem que nada tivesse contribuído para evitar a hecatombe previsível da parte de um governo que nunca soube sê-lo,  que nunca, em nenhum momento, demonstrou capacidades para tirar o país da crise!  É preciso ter muita lata, sr. presidente!...  E muita falta de vergonha, sr. re-candidato a presidente!...




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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Porque hoje é sexta - "A Geografia da Mulher"

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A Geografia da Mulher:



Entre 18 e 25 anos,
a mulher é como o Continente Africano:
uma metade já foi descoberta e a outra metade
esconde a beleza ainda selvagem e deltas férteis.

Entre 26 e 35,
a mulher é como a América do Norte:
moderna, desenvolvida, civilizada
e aberta a negociações.

Entre 36 e 40,
é como a Índia:
muito quente, relaxada
e consciente da sua própria beleza.

Entre 41 e 50,
a mulher é como a França:
suavemente envelhecida,
mas ainda desejável de se visitar.

Entre 51 e 60,
é como a Jugoslávia:
perdeu a guerra,
é atormentada por fantasmas do passado,
mas empenha-se na reconstrução.

Entre 61 e 70,
ela é como a Rússia:
espaçosa, com fronteiras sem patrulha.
A camada de neve oculta grandes tesouros.

Entre 71 e 80,
a mulher é como a Mongólia:
com um passado glorioso de conquistas,
mas com poucas esperanças no futuro.

Depois dos 81,
ela é como o Afeganistão:
quase todos sabem onde está,
mas ninguém quer ir até lá.



Geografia do Homem:




Entre os 15 e os 80 anos,
o homem é como CUBA:
governado por um só membro.


(Urtiga arrancada deste jardim)

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os ricos que espoliam o Estado ignoram estas existências. Nada lhes tira o sono!

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(...)
Um velho pobre é uma abominação. É uma condenação à solidão, à doença, à miséria e à injustiça. Um velho pobre é invisível aos olhos ingratos da sociedade. Certa gente abandona os seus velhos à porta dos hospitais e parte para nunca mais voltar. Outra gente abandona-os num lar imundo e paga uma mensalidade para nunca mais os visitar. Conheci uma velha que há mais de 30 anos não via os filhos e os netos. Ninguém se ocupava dela e apesar disso conseguia gracejar sobre o seu estado e destituição. Temos crueldades para com os velhos impensáveis em sociedades como a chinesa, onde se honram os antepassados; ou a árabe, onde os pais são cuidados pela família alargada. Portugal é um país cruel com os seus velhos, desleixa-os, abandona-os e esquece-os. O Estado tem, a seu modo, cumprido essa função de velar pelos cidadãos que não podem velar por si.

Este Orçamento do Estado é cruel para com os velhos e reformados, os das esqueléticas pensões, os destituídos. Os velhos com direito a um Complemento Solidário do Idoso, os que têm rendimentos até 5 mil euros por ano (como é que alguém vive com este dinheiro?) ou rendimentos conjugais de cerca de 8 mil euros, não têm direito a sigilo bancário e são inspecionados e fiscalizados. Os filhos são inspecionados. Os velhos pobres, que não têm conforto nem dignidade assegurados, há muito que prescindiram de muita coisa nas suas vidas. O seu cabaz de compras há muito foi diminuído.

Prescindiram de ter dentes ou tratamentos dentários. O cheque-dentista é impossível de obter e a maioria nem sabe que existe. Prescindiram de ver televisão por cabo, viveram quase a vida toda num mundo a preto e branco. Prescindiram de caminhar nas ruas da cidade porque nos socalcos e empedrados as quedas podem ser fatais. Prescindiram de comer fruta fresca, aguentando-se com a fruta sovada da mercearia ou com uma peça de fruta por semana. Prescindiram de comer peixe porque não têm dinheiro para a iguaria. O carapau e a cavala nem sempre aparecem ou têm distribuição nos bairros. Prescindiram do hipermercado porque não têm carro e fica longe.

Prescindiram de tratar o reumatismo, a osteoporose, a hipertensão, a gota, o colesterol, a tiroide. Não têm dinheiro para a farmácia. Prescindiram do sono. Prescindiram de ir ao cinema porque é caro. Prescindiram de ir ao teatro porque é ainda mais caro. Prescindiram de fazer exercício físico porque o ginásio é um luxo de ricos, incluindo velhos ricos. Prescindiram da fisioterapia. Prescindiram das análises clínicas. Prescindiram do bife trocado pela carne de cozer. Prescindiram do cabeleireiro porque é um luxo. Prescindiram de ter um animal doméstico porque não têm dinheiro para o alimentar e vacinar. Prescindiram do café porque é uma despesa. Prescindiram de comer em restaurantes porque o gesto lhes consumiria a pensão. Prescindiram de visitar os amigos e parentes que estão longe porque não têm dinheiro para o transporte. Prescindiram de comprar óculos. Prescindiram de ler o jornal, tricotar, fazer croché. Prescindiram de viajar porque a única viagem que esperam será no caixão para o cemitério. Prescindiram de quase tudo o que traz um rasto de alegria e um módico de felicidade. Conversam uns com os outros num país de velhos.

Na solidão das casas e dos quartos, aguardam a chegada do inverno e do frio que lhes rói os ossos porque não têm dinheiro para as faturas da eletricidade. Alguns morrerão gelados ou da gripe. Prescindiram do banho quente. Quem não conhece estes velhos não conhece o pobre país que temos. Obrigá-los a pagar uma fatia, mínima que seja, do orçamento, é uma obscenidade. Fiscalizá-los também. Lá em cima, no assento etéreo, os ricos que espoliam o Estado ignoram estas existências. Nada lhes tira o sono.

(Clara Ferreira Alves - publicado na revista Única – Expresso, de 6 de Novembro de 2010)

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Reformas e Acumulações dos Intocáveis - mas... alguém já acredita nisto?

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«Obrigatório optar entre pensão de reforma ou ordenado»
"O governo decidiu proibir a acumulação de salários com pensões. A partir de Janeiro, deputados, médicos, magistrados e até o Presidente da República vão ter de optar: ou recebem a pensão ou o salário. Termina assim a regra do terço para os aposentados que continuam na função pública e que lhes permitia acumular um terço do salário com a totalidade da reforma ou vice-versa. O governo justifica a medida como uma forma de moralizar a despesa pública". (04/11/2010)



Mas... alguém ainda acredita nisto?
Se algumas dúvidas houvesse, bastaria olhar para os vários regimes de excepção que já foram introduzidos, desde a isenção dos cortes salariais nos quadros da CGD (e por arrasto de todas as outras empresas do Estado) até à antecipação para 2010 das entregas dos dividendos aos accionistas da Portugal Telecom (fugindo assim aos impostos em 2011), desde a isenção dos cortes salariais nos diplomatas (embaixadores) até às compensações dos funcionários públicos dos Açores (anulando o efeito dos cortes obrigatórios no continente).  Haverá ainda alguém que acredite que este governo vá tocar, ainda que ao de leve, nas mordomias dos "intocáveis"?  Estaremos cá todos para ver o que vai acontecer a partir de 1 de Janeiro...

Todavia, se algumas dúvidas ainda houvesse, bastaria esta notícia para confirmar que nada, NADA vai mudar nas REFORMAS DE LUXO a partir de 1 de Janeiro, como já é hábito com este governo:

«Finanças perdoam acumulação ilegal»
"Ilegalidades detectadas por auditoria da inspecção-geral. Ministério das Finanças não pediu a devolução do pagamento ilegal de 1,6 milhões de euros a pessoas que acumularam salário e pensão no Estado". (CORREIO DA MANHÃ - 29/11/2010)

Segundo a redacção final do artigo 173º do OE, introduzido pelo PS e aprovado pela AR, "o regime de acumulação de funções introduzido pelo artigo 172º aplica-se aos pedidos de autorização de exercício de funções públicas que sejam apresentados a partir da entrada em vigor da lei do OE". - Grandioso!!!...
José Abraão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), é categórico: "É permitida a acumulação de ordenados e pensões, ao contrário do que o Governo andou a dizer". E remata: "Isto é uma vergonha, é mais uma excepção, e, de excepção em excepção, ficam só os funcionários públicos a pagar a crise".  Também Betencourt Picanço, líder do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), é peremptório: "Não há dúvida nenhuma de que esta medida é só para o futuro". E conclui, dizendo: "Quem está a receber o salário e a pensão, continua a receber; são dois pesos e duas medidas".


Já agora... bem poderemos comparar toda esta canalhice das desigualdades e das promiscuidades entre reformas múltiplas e salários, praticadas neste país à beira da miséria e da bancarrota, com aquilo que se passa no país mais rico da Europa: - a Suíça!



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O mar - inesgotável fonte do belo!

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domingo, 5 de dezembro de 2010

WikiLeaks - a grande pedrada no charco do planeta!

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Após a divulgação, por Julian Assange no site WikiLeaks, dos 250.000 documentos classificados dos States, uma pequena parte da pulhice do submundo da política foi posta a nú.  Não só nos EUA mas um pouco por toda a parte do planeta político, eles juntam-se agora, qual vespeiro, para tentarem calar uma voz incómoda que os coloca a descoberto.  Uma voz que mais não faz do que mostrar ao mundo o que os  "senhores do mundo"  produzem na sombra e no segredo dos gabinetes e das reuniões secretas.  E é assim que, socumbindo certamente a fortes pressões, a "Amazon.com" apagou do seu servidor o site WikiLeaks onde este estava alojado;  e é assim também que a organização "PayPal" anunciou já a sua indisponibilidade para continuar a efectuar pagamentos dos contributos ao WikiLeaks.
Entretanto, e após um apagão de 6 horas, o site WikiLeaks já tem novo alojamento.  Agora, e por enquanto, na Suíça.  Entretanto, Sarkozy já proibiu que o site se instale em França, a a Interpol já lançou uma espécie de mandado de captura contra Julian Assange, baseado numa suposta queixa das autoridades suecas por suspeitas de duas violações sexuais. 
É a Nova Ordem Mundial (NWO) a esgaravatar por todos os meios ao seu alcance para deter o seu maior opositor - Julian Assange, o jornalista australiano que tem o incómodo vício de denunciar o fedor nauseabundo que rodeia os "senhores do mundo".  Principalmente agora que, em mais um ataque aos donos do planeta, ele ameaçou vir a divulgar documentação secreta respeitante a Bancos e a Farmacêuticas

Mas nada melhor, para conhecer um pouco da sua personalidade e do seu trabalho em prol da liberdade de informação através da denúncia dos factos, do que ouvir o próprio Julian Assange em entrevista. Tem legendas em português: - basta aceder aos "subtitles".




Também o vídeo referido e parcialmente visionado no anterior, desencriptado pelo WikiLeaks, de um ataque no Iraque a partir de um helicóptero contra um grupo de civis, onde morreram 11 pessoas (entre elas 2 repórteres da Reuters) e duas crianças ficaram feridas. 

Atenção: - este vídeo contém cenas fortemente chocantes e não deverá ser visto por pessoas impressionáveis..


Pos-texto:  - Julian Assange entregou-se hoje (7/12/2010) às autoridades inglesas no seguimento do pedido de detenção oriundo da Suécia e na sequência de duas supostas denúncias de violações sexuais  (Anna Ardin e Sofia Wilen), cujos contornos legais não são ainda perfeitamente conhecidos. 
Independentemente dos juízos de valor que possam ser feitos em torno das publicações, pelo site WikiLeaks, daqueles documentos classificados, algo de estranho e perturbador para a liberdade de informação parece estar a acontecer com este caso, não só pela urgência manifestada nesta detenção, sem direito sequer a uma fiança e sujeito a extradição, mas também pelo facto de saber-se agora que uma das jovens parece ter (ou ter tido) ligações com a CIA.

(foto de O Vigia)

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sábado, 4 de dezembro de 2010

Porque hoje é sábado... contratei uma nova empregada!

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Ela até que é bonita, é elegante e simpática, mas...  muito pouco trabalhadora. Claramente um daqueles talentos desperdiçados, o que me obriga a andar sempre atrás dela...  claro, só para vigiar o seu trabalho.  Sempre tive empregadas e nunca tive necessidade de as vigiar assim, tão insistentemente, tão...  minuciosamente!  Mas com esta...  nem posso tirar os olhos de cima dela!  Certamente por causa desta falta de confiança.  Digo eu.  E depois...  sempre com aqueles calores, aqueles calores...   eu até já lhe disse:  - ó rapariga...  com esses calores assim até me fazes subir tudo!  Ele sobe-me a temperatura e a pulsação cardíaca, sobe-me a tensão e tudo o mais que termina em "ão"!  Tudo sobe, e até me sobe a vontade de...   comer!  E eu não posso engordar... 





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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

“O tempo tudo cura e faz esquecer” - até mesmo Cavaco Silva!

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(...aposto que não vou falhar o "alvo"...   Belém!)

“O tempo tudo cura e faz esquecer” – diz o ditado popular.  Se na vida prática isto é de certa maneira animador,  já na política este conceito é extremamente perigoso.  Em política, deixar que o tempo faça esquecer é tão perigoso que, por termos esquecido, somos os maiores culpados de toda esta desgraça que nos acontece agora.  Simplesmente porque votámos neles.  Nestes dois: - Cavaco Silva e José Sócrates.  Esquecemos tudo o que de mal ambos já haviam feito antes, aquando das suas passagens pelos governos a que pertenceram ou chefiaram.

Já nessa altura, ambos deixaram bem claro ao que vinham, quanto valiam e do que eram capazes.  Diria melhor, "incapazes".  Mas bastaram alguns anos de afastamento e a maldita memória dos portugueses volatilizou-se.  E borraram tudo com o voto.  Borraram e reincidiram na borrada.  E preparam-se agora para borrar de novo.  Claro que se pode pôr a questão das alternativas.  Pois bem… esse é o nosso maior drama:  - as alternativas não são melhores.  Neste país desgraçado as alternativas políticas nunca são melhores.  Porque o sistema político-partidário aqui instalado tudo controla e manipula.  Porque somos poucos, e os bons, os capazes, os competentes, nada querem ter a ver com a política, de tão desacreditada e de tão recheada que está de crápulas oportunistas e de débeis mentais.

Agora mesmo, já em plena campanha para a eleição do Presidente da República, interessa colocar de novo a questão:  quem é este senhor – Cavaco Silva – que de novo se candidata à Presidência?  E pior, tudo leva a crer irá continuar o seu cargo por mais 5 anos.  Pelo seu mérito e competência? – Não.  Pela sua acção fundamental na regulação dos actos de um governo que, desde o seu início, deu as maiores provas de ineficiência de governação e de descontrole das contas públicas? – Não.  Pelas provas dadas durante os 10 anos (1985-1995), como Primeiro-ministro de 3 governos com maioria? - Não, nunca!  Mas o povo já esqueceu.  O tempo encarregou-se disso.  A memória do povo é curta…

Porque na verdade foi o Primeiro-ministro Cavaco Silva que, durante 10 anos seguidos e com os cofres a abarrotar de dinheiros da Europa, deu início à monstruosidade que agora, apenas 15 anos passados, nos atiram para a ruína e para a bancarrota.  Porque foi Cavaco Silva que governou o país num tempo em que Portugal começou a receber toneladas de dinheiro do Fundo Social Europeu (FSE).  Nunca, em toda a História de Portugal, houve tanto dinheiro como naqueles 10 anos dos 3 governos de Cavaco Silva.

E o que fez o Cavaco Silva Primeiro-ministro com tanto dinheiro?  E o que fez ele a tanto dinheiro?  - Estragou.  Desperdiçou.  Tomou as medidas erradas.  Deu-o a quem não devia.  Em vez de o usar na reconstrução e modernização deste país, limitou-se a fazer obras de fachada e a entregá-lo nas mãos dos crápulas, seus amigos do peito e do partido.  E estes bem trataram de se amanhar com os muitos milhares de milhões do FSE.  Em grande parte para proveito próprio ou em gestões ruinosas.  E foi com ele – Cavaco Silva - que se radicalizou, nas mentalidades e na prática, a “lei da cunha”.  E foi com ele que surgiram e por aqui começaram a proliferar uma nova estirpe de sanguessugas – os BOYS do partido.  Sanguessugas que actualmente atingem o seu apogeu, distribuídos pelo binário partidário PS/PSD, já que a esta festa dos milhões do FSE se juntaram, a partir de 1994, os Fundos de Coesão.  Mas o povo já esqueceu.  O tempo encarregou-se disso.  A memória do povo é curta…

E a factura do desgoverno destes governos de má memória e de péssimas opções políticas, está aí agora.  Traduzida no descalabro de uma ida aos infernos e que vai consumir e empobrecer o país durante as próximas décadas.  Um país que teve na mão todas as possibilidades de desenvolvimento real e sustentado, económica e socialmente, não fora o termos tido no momento certo o gestor errado: - um cidadão chamado Cavaco Silva que, para nossa desgraça, um dia decidiu viajar do Algarve até à Figueira da Foz  fazendo a rodagem ao carro novo… e nem sequer tivemos a sorte de um qualquer acidente naquela viagem. E assim Cavaco Silva se tornou a partir de então no maior acidente deste país!  -  um acidente que se revelou fatal, desde então até aos tempos actuais!...

Foi o tempo em que se investiu mais no betão do que nas pessoas.  Os governos do Cavaquismo, entre 1985 e 1995, ao mesmo tempo que encheram o país de estruturas, umas boas outras péssimas, umas necessárias outras nem por isso, favoreceram sobretudo uma cáfila de canalhas empreiteiros (amigos do partido) que tudo sugavam.  Durante todo aquele período tornaram-se comuns e ficaram célebres as "derrapagens" nos custos das obras públicas, acabando algumas delas por duplicarem ou mesmo triplicarem os custos iniciais das propostas apresentadas.  Infra-estruturas onde, desde então, se gastam milhões para as sustentar.  Milhões que foram, e ainda o são cada vez mais, usados para financiar a grande corrupção em Portugal.  Tudo dinheiros do FSE…

Foi o tempo dos inúmeros apoios com elevadas verbas atribuídas a projectos das mais variadas áreas, onde o principal requisito era provirem de amigos pessoais ou do partido, ainda que tais projectos fossem falsos ou de nenhum valor.  Dizia-se então que, para certas pessoas “especiais”, bastar-lhes-ia que apresentassem uma qualquer proposta, ainda que elaborada em  "duas folhas de papel higiénico", para que ela fosse de imediato aprovada sem restrições.  Tudo dinheiros do FSE…

Foi o tempo em que se encheu a Administração Pública de gente cuja competência era medida pelo tamanho da "cunha" ou pelo cartão de filiação partidária.  Durante todo este período, e apesar de estarem congelados os concursos para entrada na função pública, era comum aparecerem na Comunicação Social notícias sobre contratações (escondidas) de 40-50.000 funcionários por ano.  E todos sabíamos de que “alfobre” provinham todos esses novos contratos: - da clientela partidária.  Claro que todos os governos da alternância PS/PSD que se seguiram mais não fizeram do que continuar esta “habilidosa canalhice”, engordando cada vez mais o Estado com todos os seus amiguinhos e familiares e com a dimensão que hoje se lhe conhece.  Tudo dinheiros do FSE…

Foi o tempo em que se distribuíram, sem qualquer controle, milhões aos “auto-designados” agricultores, deixando que estes gastassem o dinheiro como muito bem entendessem, inclusivé em projectos ruinosos ou cujo alcance tinha em vista unicamente o mero encaixe pessoal das astronómicas verbas concedidas.  E foi assim que centenas de milhares de hectares de terras ficaram ao abandono, com os supostos autores dos projectos a viver à grande.  E continuam ainda hoje:  - as terras sem produção e os donos cheios de dinheiro.  Quantos projectos de produção e de vacarias nunca chegaram a passar do papel, transformados que foram em grandiosas vivendas com garagens recheadas de Mercedes e BMWs, e até de Porches e FerrarisTudo dinheiros do FSE…

Foi o tempo em que, como resultado não só das políticas internas mas também de acordos externos, foram abatidos milhares de barcos de pesca, do litoral e do alto, de uma imensa frota pesqueira nacional sustentada.  A favor de outros países, nomeadamente Espanha, donde hoje e desde então passámos a consumir a maior parte do peixe que nos chega ao prato.  Promovendo-se assim o desemprego e a miséria de largas dezenas de milhar de pescadores e armadores, para quem a pesca era a única forma de subsistência, obrigando-os a viver de subsídios.  Tudo dinheiros do FSE…

Foi o tempo da euforia e de um descalabro tal que muitos milhões do FSE foram concedidos a empresários que, sem qualquer controle, se davam ao luxo de atirarem anualmente para o lixo caríssimos equipamentos quase novos, só para poderem continuar a usufruir dos chorudos apoios comunitários para aquisição de novos equipamentos.  Tudo dinheiros do FSE…

Foi o tempo em que se fomentou a criação de  imensos cursos de formação, a grande maioria esvaziados de qualquer conteúdo e interesse,  muitos deles nem chegando sequer a existir.  Porque naquela "nova ordem" era imperioso gastar, gastar, sempre gastar.  Porque o que importava era arranjar sempre maneiras e expedientes ardilosos de encher o bandulho aos oportunistas com os imensos e aparentemente  "inesgotáveis"  dinheiros do FSE

Por tudo isto, e pelo muito mais que fica ainda por dizer, é no mínimo "caricato" ouvir hoje o candidato Cavaco Silva auto-proclamar-se o "defensor" deste país que, afinal, tanto ajudou a enterrar.  E mais, indicar mesmo algumas linhas de acção para o governo, como aquela de ser  "urgente virarmo-nos para o mar”...  - que lata!...

É no mínimo de muito má memória, este candidato Cavaco Silva!   E não só a dele - a colectiva também…

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Ai, esta rapariga vai longe! - até às Caldas... pelo menos!

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Ela gosta de chupar...  ela gosta de cantar...  ela gosta de tocar...  ela adora levar no pacote!  Com gostos assim tão refinados, ela tem emprego certo em todos os lugares.  Até mesmo nas Caldas...  digo eu.



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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

TPM... um terramoto temperamental

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Um excelente e divertido vídeo interactivo!  Só para ver como seria diferente o universo caseiro sem aquela bomba do TNT...  desculpem, do TPM.  Se ao menos...  elas viessem equipadas com um indicador, assim tipo "azul de tornezol" ou...  "vermelho de fenolftaleína".  Ou mesmo de "violeta de metilo"...  quem sabe até mesmo um papelinho na testa que dissesse "TNT"...  desculpem, "TPM" !  Ó senhoras, qualquer coisa que servisse para indicar à navegação se havia perigo de explosão. Ou não...



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