domingo, 10 de abril de 2011

Emanações fétidas de um congresso! - ou, a Coreia do Norte em Matosinhos...

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O notário

Pressinto uma certa repulsa com o congresso do PS:    o tom histérico, a carneirada ululante, os delírios e as ‘inverdades’ disparados de rajada.    Não contem comigo:   se tudo aquilo fosse a sério, então sim, talvez fosse melhor fazer as malas e zarpar daqui.

Mas, para nosso eterno descanso, aquilo não é para levar a sério porque os enfermeiros já vêm a caminho:   técnicos da Comissão Europeia, do BCE e do FMI, munidos com as injecções necessárias de austeridade e realismo.   Sócrates promete combater as medidas ‘ultraliberais’ que põem em causa o ‘Estado Social’ que só existe na sua fantasia?   Por mim, até podia dizer que era o Napoleão:   ganhe quem ganhar no dia 5 de Junho, os portugueses já perceberam que não vão escolher um primeiro-ministro.   Vão eleger um notário, obrigado a certificar todas as medidas ‘ultraliberais’ que Bruxelas nos enfiar pela goela abaixo.

Nestes seis anos de governo, Sócrates não levou apenas o país à ruína.   Ele alienou, por muitos e bons anos, a nossa réstia de soberania.   Daqui para a frente, os outros mandam – e o inquilino de S. Bento assina.   Devemos-lhe, ao menos, isso.

(João Pereira Coutinho, in CM, 10/4/2011)


O culto do líder
 
«Há uma mitomania.   A criação do mito em torno de José Sócrates.   Tudo neste congresso é focado no líder.»

«Há uma espécie de devoção ao santo pouco comum em Portugal.   Neste congresso, o PS proibiu as câmaras de televisão de circularem à vontade na sala, o que lhes permite controlar os planos.   Estão colocadas nos cantos, viradas para o líder ou para quem discursa, não permitindo obter imagens de reacções dos congressistas.   
Isto não acontece em mais nenhum partido em Portugal, nem em quase nenhum do mundo, se excluirmos a Coreia do Norte.  
O próprio discurso de José Sócrates, em que este termina a perguntar: "Estão comigo?", é mais um exemplo.   Tudo é feito para comprometer os militantes em torno do líder.   E a verdade é que depois, os militantes que discursaram acabaram todos por se dirigir «ao Zé».   O PS nunca foi assim. Tudo isto começou com José Sócrates e terminará com José Sócrates.   Convém lembrar que o PS não é José Sócrates e José Sócrates não é o PS».

(Rodrigo Moita de Deus, especialista em comunicação, em declarações ao tvi24.pt)


O fotógrafo privativo e a sessão de pontapés

Ouvia eu há pouco Maria Flor Pedroso, na Antena 1, relatar o congresso do PS (eram 13h15) quando a ouço dizer (cintando de memória):   "Houve uma agitação que atrasou a entrada de José Sócrates, que deu mesmo numa sessão de pontapés entre o fotógrafo pessoal de José Sócrates [Ricardo Oliveira] e um operador de câmara de televisão."

Pontapés?!    E ontem, novamente envolvendo Ricardo Oliveira, mais um episódio digno de um Portugal sul-americano.   Ricardo Meireles, fotojornalista, escreveu o que se segue sobre a foto de capa do DN de ontem:
"Esta capa do DN fica na história negra do Fotojornalismo em Portugal.
Depois de todos os fotógrafos terem sido impedidos de captar imagens do líder do PS a uma distância digna, o “jornal do regime” publica na capa uma fotografia de José Sócrates no final do seu discurso e feita pelo único fotógrafo autorizado a estar dentro do recinto. Ricardo Oliveira, fotógrafo oficial do GABINETE DO PRIMEIRO MINISTRO, pago pelo orçamento de estado (por nós) para fazer uma foto de propaganda, apesar de ali não estar nenhum governante num acto público."  (via)

Como se tal não fosse suficiente, a foto em causa vem assinada “Ricardo Oliveira/GMP” (gabinete do Primeiro-Ministro).   Isto é propaganda paga com os nossos impostos.   Controlo de quem pode fotografar e filmar o querido líder, é este o reflexo do partido que nos cospe moralidade e altos valores na cara.   Estamos falados.

(Jorge Fliscorno, AVENTAR)


O único socialista com tomates no "comício" da carneirada!



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