quinta-feira, 11 de abril de 2013

Vitor Gaspar - Como não pode desvalorizar a moeda, desvaloriza as pessoas...

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Que se lixe a economia

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Para Gaspar somos uma soma lamentável:    há portugueses por todo o lado.     Demasiados portugueses.    O ministro das Finanças vê-se cercado por um povo que não capta a sua magnífica ciência económica e que só reclama e importa coisas que já não consegue pagar.    É malta não transacionável.     Como não pode desvalorizar a moeda, desvaloriza as pessoas, as instituições e a confiança. (…)
 
Não tinha de ser assim.     O chumbo do Tribunal Constitucional podia ter sido o derradeiro impulso para reformar o Estado, a única saída que nos resta, além da contínua renegociação das condições dos empréstimos com a troika e com outros credores e rendistas. (…)
 
A eleição deste Governo revelou-se um erro trágico.     Paradoxalmente, é a brutalidade da crise que o segura.     Só um louco pode não ter medo da incerteza:    os juros a galope, o pouco crédito que desaparece, os bancos que tremem, o segundo resgate que Passos tanto negou  (e trabalhou para evitar),   mas que agora usa como arma de manipulação maciça.
 
Somos reféns de um primeiro-ministro perdedor e de uma oposição perdida.     Assim estamos hoje, ninguém sabe onde estaremos amanhã.   (André Macedo, DN – 11/Abr/2013)

 
Soltaram o Gaspar...
 
 
O ministro Vítor Gaspar pertence a uma categoria curiosa de criaturas, que qualquer ministério ou grande empresa deve guardar, cuidadosamente, num gabinete de estudos.    Consegue ignorar o mundo ao ponto de criar modelos imaginários extremos, que tendem para delírios conceptuais, desprovidos de quaisquer laços materiais ou emocionais com a realidade objectiva.
 
Num gabinete de estudos, uma pessoa como Gaspar ajuda a estabelecer limites, a afastar hipóteses, a calibrar escalas.    Serve, como os canários nas minas, para avisar da proximidade de gases tóxicos.    Ou, como os daltónicos, que os britânicos usavam na RAF para bombardear alvos, devido à conformidade da sua visão com o preto e branco das fotografias da espionagem aérea.   
 
Qualquer tese será provavelmente mais válida na proporção directa do afastamento em relação aos delírios de Gaspar.    Como todos os produtos perigosos, Gaspar será útil, desde que usado com contenção, em doses não letais.    O grande problema é que, com este governo, Gaspar saiu da zona de segurança e ameaça transformar Portugal num campo de teste para armas de destruição maciça.
 
Restaurar o sistema imunitário que protege o país dos desvarios de Gaspar é uma urgência.    Com Gaspar à solta, o país arrisca-se a ser sacrificado no altar da explosão da Zona Euro.    Essa explosão vem a caminho.    Mas é fundamental que o "ground zero" não se chame Portugal.  (Viriato Soromenho MarquesDN - 11/Abr/2013)


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