Tira-nódoas
Este governo não cai porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa, escreveu Eça. Aplica-se a este executivo e adapta-se ao momento: este governo não se remodela porque não é uma casa, remenda-se porque é um trapo.
Uma semana à espera da saída de Relvas para a remodelação e um secretário de Estado passa a Ministro, mais um sinal de um governo exangue, sem atrativos para recrutar. Já a criação de um ministro-adjunto, na dependência direta do PM, para gerir o QREN mesmo antes das autárquicas, fala por si.
Este remendo também revela que, após tanto fracasso, em vez de guinar o rumo, Passos Coelho insiste, despreza a economia, retirando poderes à pasta, enquanto as Finanças se agigantam, roçando o fundamentalismo. Por fim, o PM confirma o seu deslumbre pelos académicos estrangeirados, mesmo que falhos em experiência política ou do país.
Foi assim com Álvaro e Gaspar, ou mesmo Crato, com os resultados que se sabem. Agora é com Maduro. Enfim, na altura mais crítica do país em democracia, temos no leme um governo estafado, oportunista, radical e provinciano. Benzina talvez não chegue. - (E eu acrescento: com um fósforo... chega! Tenho a certeza!)
(Joana Amaral Dias, In CM - 13/Abr/2013)
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