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O primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, afirmou que é necessário reduzir a consolidação orçamental nos países em crise.
Jean-Claude Juncker quer acalmar o ritmo de consolidação orçamental que está a ser imposto nos países do euro em dificuldades, nomeadamente a Grécia. “As pessoas na Grécia já não aguentam mais o actual ritmo de consolidação”, afirmou o primeiro-ministro do Luxemburgo que é também o anterior líder do Eurogrupo (que reúne os ministros das Finanças da Zona Euro).
Jean-Claude Juncker quer acalmar o ritmo de consolidação orçamental que está a ser imposto nos países do euro em dificuldades, nomeadamente a Grécia. “As pessoas na Grécia já não aguentam mais o actual ritmo de consolidação”, afirmou o primeiro-ministro do Luxemburgo que é também o anterior líder do Eurogrupo (que reúne os ministros das Finanças da Zona Euro).
O primeiro-ministro Juncker assegura que “o governo luxemburguês está comprometido a abrandar o ritmo de consolidação nos países em crise”. “Se tal não acontecer, haverá uma explosão social”, alerta Juncker, num evento hoje realizado no Luxemburgo e citado pela agência Bloomberg. Esta não é a primeira vez que o político fala sobre este risco. Em Março, já dizia que não excluía “o risco de se assistir a uma revolta social”.
“Quem pensa que a questão da guerra e da paz já não se coloca pode estar rotundamente enganado”, afirmou o primeiro-ministro luxemburguês quando deu, no mês passado, uma entrevista ao semanário alemão "Der Spiegel". Juncker falava nas campanhas eleitorais que decorreram na Grécia e em Itália como os momentos onde surgiram esses receios.
A ideia de que é necessário abrandar o ritmo de consolidação orçamental não é nova mas também não é consensual. As autoridades europeias acreditam que é preciso impor um calendário de aposta no crescimento mas defendem que é preciso reduzir o nível de endividamento - o que, dizem, se consegue com medidas do âmbito orçamental mais austeras. Juncker diz que o ritmo com que tais medidas têm de ser implementadas é que deve ser menos intenso.
Esta semana, vozes como George Soros e Paul Krugman vieram criticar, mais uma vez, a austeridade no continente europeu.
(Por Diogo Cavaleiro, NegóciosOnline, 10/Abr/2013) (Imagem e sublinhados deste blogue)
(Actualização 1):
Não só Jean-Claude Juncker mas também Christine Lagarde teme tensões sociais nos países em ajustamento. A directora do Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje para um aumento das tensões sociais nos países em que os processos de ajustamento sejam percepcionados como “injustos” e afirmou que a crise provocou uma economia global a “três velocidades”.
“A questão não é o processo de ajustamento em si, porque as pessoas entendem que não podem viver acima das suas possibilidades de forma indefinida, mas porque sentem o peso das injustiças do processo de ajustamento”, afirmou a directora do FMI, Chistine Lagarde, durante uma conferência de imprensa em Nova Iorque.
Lagarde recordou que o desemprego continua a ser uma das grandes tarefas pendentes, e afirmou que é preciso não só compartilhar a dor dos processos de ajustamento, mas também os benefícios do crescimento.
(Actualização 2):
E também, além de Juncker e de Lagarde, vem agora Ashoka Mody, ex-responsável do FMI, assumir que a aposta na austeridade não resultou.
Ashoka Mody, que já deixou o FMI, referiu que, quando a crise surgiu, havia três soluções possíveis mas a opção recaiu na austeridade. Algo que não foi razoável nem produtivo.
Ouvido esta manhã pela televisão pública, o antigo chefe do FMI explicou que confiar apenas na austeridade foi um erro porque os riscos de incucesso eram muitos e, por isso, a Irlanda e Portugal estão a pagar uma fatura pesada.
O responsável sublinhou que a solução passa agora por dar mais tempo aos dois países para pagarem as dividas; caso contrário, a alternativa é um sofrimento sem fim por parte das populações, uma cultura de dependência nacional e um enorme travão à consolidação da economia europeia.
Quanto ao que aconteceu e ao programa que ajudou a criar, Ashoka Mody assumiu as responsabilidades mas realçou que não está sozinho. A 'troika' previu para 2012 um crescimento da economia irlandesa na ordem de 1,9%, mas ficou-se pelos 0,9%. A previsão para este ano, estabelecida em 2,2, foi revista em baixa para 1%.
“Não há uma solução mágica, mas o mais urgente é proteger os mais afectados pela crise, para que o ajustamento seja o mais justo possível”, afirmou a directora do FMI, que defendeu ainda a protecção dos serviços sociais básicos e o combate à evasão fiscal.
(Actualização 2):
E também, além de Juncker e de Lagarde, vem agora Ashoka Mody, ex-responsável do FMI, assumir que a aposta na austeridade não resultou.
Numa altura em que o ministro das Finanças diz que quer seguir o mais perto possível o exemplo irlandês, este responsável do FMI que participou na elaboração do programa de ajustamento da Irlanda assume que a aposta na austeridade não resultou.
Trata-se quase de um "mea culpa". O chefe da missão do FMI na equipa da 'troika' que se ocupou do caso da Irlanda disse agora que a receita seguida estava errada e não funciona.
Ashoka Mody, que já deixou o FMI, referiu que, quando a crise surgiu, havia três soluções possíveis mas a opção recaiu na austeridade. Algo que não foi razoável nem produtivo.
Ouvido esta manhã pela televisão pública, o antigo chefe do FMI explicou que confiar apenas na austeridade foi um erro porque os riscos de incucesso eram muitos e, por isso, a Irlanda e Portugal estão a pagar uma fatura pesada.
O responsável sublinhou que a solução passa agora por dar mais tempo aos dois países para pagarem as dividas; caso contrário, a alternativa é um sofrimento sem fim por parte das populações, uma cultura de dependência nacional e um enorme travão à consolidação da economia europeia.
Quanto ao que aconteceu e ao programa que ajudou a criar, Ashoka Mody assumiu as responsabilidades mas realçou que não está sozinho. A 'troika' previu para 2012 um crescimento da economia irlandesa na ordem de 1,9%, mas ficou-se pelos 0,9%. A previsão para este ano, estabelecida em 2,2, foi revista em baixa para 1%.
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