"Pedro Passos Coelho não faz estremecer de emoção os eventuais eleitores. Falta-lhe qualquer coisa de empolgante, além de que, até agora, nada disse de significativo que configure uma doutrina original, um programa de acção, um projecto iluminador. As sondagens expressam bem o sentimento que percorre o português médio. " (Batista Bastos, Negócios Online)
Eu gostava de acreditar em alguém. Mais do que gostar, eu tenho necessidade de acreditar. Porque é imperioso que eu possa chegar à mesa das eleições e poder lá colocar o meu voto com um mínimo de convicção. Porque é imperioso que eu possa acreditar que o maior partido da oposição, aquele mesmo que derrubou um governo de "tiranetes mentirosos e incompetentes", aquele partido que aparece agora nas sondagens como o provável sucessor na governação deste país, tenha na sua liderança alguém capaz de me inspirar confiança. Alguém que me garanta que não irá governar em zig-zag e ao sabor dos ventos do momento e das vozes que vão soprando ao ouvido.
Mas... por que diabo Passos Coelho não me inspira confiança?
Por que será que sempre que vejo e ouço aquela criatura só consigo ver alguém muito bem penteado e com um jeitinho especial para arrancar umas poses fotográficas? - Porque... a bem dizer, em termos de ideias e de pose política, eu só vejo um "balão de ar" que se move de acordo com a direcção donde sopra o vento.
Acabado de ser eleito como lider do partido, ter-lhe-ão dito que deveria entrar a matar, assim tipo "cowboy" acabado de entrar no "saloon" disparando freneticamente aqueles "rifles" sobre as garrafas de "whisky". A Constituição! Terá, certamente, sido aconselhado a preparar uma entrada de fazer tremer o chão - e fomos surpreendidos com um novo lider que, qual boneco chinês programado, a única coisa em que falava era nas alterações à Constituição (como se a Constituição fosse a causa dos grandes males deste país).
Passados entretanto os primeiros meses, e gorado que foi o efeito "demolidor" daquela "fúria encenada", a Constituição foi metida no bolso direito do casaco e vieram os acordos com o engenheiro dominical. E aí (oh... valha-me santo ambrósio e mais santa bárbara dos trovões...) aí se começou então a desenhar uma estranha ausência de estratégia política e de um programa de governo que não saía. E, ainda mais preocupante, um aparente (e permanente) vazio de ideias aliado a uma enorme falta de poder de antecipação face a um "rato político", este outro geneticamente malformado e sem escrúpulos de nenhuma espécie - Sócrates.
E voltam os novos acordos acompanhados de pedidos de desculpas pela sua assinatura. Mas... em matéria de estratégia e de programa, nada. E, perante as facadas nas costas daqueles acordos, chovem então raios e coriscos e "aqui d'el rei" que da próxima só com testemunhas. E... em matéria de estratégia e de programa, nada.
Agora, e sem ter uma noção clara do que irá fazer a seguir, acaba por dar o golpe de misericórdia no "campeão da verborreia e aldrabice políticas", aplicando-lhe aquele estrondoso "knockout" que fez tremer as paredes do parlamento. E foi tal o estrondo, que ele foi "brutalmente" sentido naquele eixo Berlim-Bruxelas, onde até a sra. Merkel foi acometida daquela diarreia bem à maneira do "Reichstag".
E o que nos vem Passos Coelho dizer agora? - pois... que aquele PEC IV afinal foi chumbado, não porque contrariava todas as regras da decência e do bom senso, não porque continuava a roubar unicamente aos pobres para dar aos ricos, mas tão somente... porque não era suficientemente "duro"! Pasme-se!...
Resta saber o que entenderá ele por "mais dureza"... Se acaso ele se refere à "gordura" dos 13.730 organismos do estado a abarrotar de boys do PS e do PSD, até teria o meu aplauso. Simplesmente ninguém acredita que ele dalguma vez se proponha cortar nos "tachos" dos boys do seu próprio partido... E em vez disso, ouço-o falar apenas do possível aumento do IVA ! Assim... NÃO! Decididamente, aquele "balão" parece estar cheio apenas com ar. E quanto mais ar, mais leve. E quanto mais ar e mais leve, mais levita ao sabor do vento. E ninguém sabe onde vai poisar. E, tal como acontece a todos os balões de ar quando sobem... quando poisar rebenta - pum!...
E eu precisava de alguém para acreditar. O país precisa urgentemente de acreditar em alguém! Mas em quem?
Lamento, mas não vejo ninguém...
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