Ok, o Franquelim demite-se, mas quem se fuzila?
Importam-se de me explicar melhor o caso Franquelim? Eu
não o conheço, nunca o vi na vida, apenas sei que ele foi administrador da SLN.
Entrou em janeiro de 2008, um mês antes da saída de Oliveira Costa (que
foi substituído por Abdool Vakil). Em Junho do mesmo ano, Miguel Cadilhe entrou
para presidente da SLN e BPN, saindo Vakil. Nessa mesma altura, a administração
comunica ao BdP o escândalo do Banco Insular. Em outubro, Franquelim
abandonou a SLN; em novembro o banco foi nacionalizado.
Franquelim foi ouvido no Parlamento a 24 de março de 2009, na
Comissão de Inquérito, onde foram ouvidas diversas pessoas. Disse que o maior
erro da sua vida foi ter aceitado aquele lugar e que se soubesse o que lá se
passava "jamais teria postos os pés naquela casa". Quando lhe perguntam
porque só em junho se denunciaram as irregularidades, ele respondeu que só no
final de maio teve a certeza de que aquilo que se dizia era verdade. Ok.
Franquelim demorou seis meses a ter a certeza. E Constâncio? E o Banco de
Portugal? E as diversas instituições, inclusive do Estado, que tinham negócios
com o BPN? E Cavaco Silva?
Não faço ideia da competência de Franquelim, mas pela informação
disponível que tenho, se por isto ele é suspeito, muita gente merecia ser
julgada, presa e até fuzilada! É que não encontro nos relatos nada que o possa
condenar. A menos, que na fúria irracional que por aí vai, desconfiemos de
todos - mas todos - os que passaram pelo BPN e pela SLN; de todos os que o
deviam ter regulado e não o fizeram, de todos os que contribuíram para a sua
nacionalização (e aí, sim, perdemos nós contribuintes, muito dinheiro) e de
todos os que tiveram a mais remota ligação com estas empresas. Mas, nesse
caso, caros leitores, vai meio país preso... e sem garantias de que alguém que
sobeje seja mais sério do que o dito Franquelim.
Eu sei que nada disto é popular, mas o enorme escândalo que é
o BPN tem culpados a sério. Não me parece que algum deles se chame
Franquelim...
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