quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

As "7 Irmãs" - A vergonhosa história do Petróleo

.

O mundo saqueado e aprisionado pelos colossais interesses do Petróleo

 
Descoberto na Pensilvânia (onde aflorava à superfície) em meados do Séc. IXX e ainda longe da invenção do automóvel, a extracção do petróleo rapidamente se espalhou, não só por todo o território dos EUA como por todo o planeta, com especial incidência por todos os países do médio-oriente, o norte e centro de África, a América do Sul, o Cáucaso e a Ásia Central.  
 
Por toda a parte por onde tem sido descoberto e explorado, o petróleo e os incomensuráveis interesses a ele ligados têm deixado (e continuam) um longo e avassalador rasto de guerras e de morte nas populações, sem que algum benefício para estas resulte a não ser o espectro da miséria e o  cheiro fétido da morte, sempre crescente e imparável, tudo em benefício das 7 companhias petroliferas anglo-saxónicas (as denominadas 7 irmãs) - Exxon, Shell, BP, Mobil,  Chevron, Gulf e Texaco, às quais se juntaram mais tarde as francesas Total e Elf.

E tudo começou em 1928 na Escócia, numa reunião secreta entre três homens da qual nada ficou escrito - um holandês, um americano e um inglês.   Henry Deterding, o holandês que dirige a Royal Dutch Shell, Walter C. Teagle, o americano que representa a Standard Oil Company fundada por John Rockefeller (futura Exxon), e Sir John Cadman, o inglês que dirige a Anglo-Persian Oil (futura BP).
Desta reunião ultra-secreta saíu a directiva que haveria de tiranizar o mundo por todo o Séc. XX e XXI - "É hora de explorar, fraternalmente e pelo máximo lucro, os recursos petrolíferos do mundo".   E assim foi selado um pacto secreto e sem assinaturas que se mantém até aos dias de hoje.

Repugnantes e vergonhosos, é o mínimo que se pode dizer de todos os processos usados por estas empresas, para as quais todos os meios são válidos e justificam os fins - desde o "aliciamento" e a "compra" dos políticos responsáveis pelos países envolvidos, ao genocídio de populações inteiras e às "inventonas" de guerras violentas com milhões de mortos.  
Neste confisco e confronto de interesses colossais tudo é válido, unicamente em proveito das próprias petrolíferas, que são capazes de matar quem se atravessa no seu caminho, que até chegaram a fornecer, em segredo, petróleo à Alemanha de Hitler que, por sua vez, dele se serviu para atacar os exércitos americanos que combatiam na Europa e Norte de África.

O seu poder é imenso, inesgotável, e toda a geopolítica mundial gira, em absoluto, em torno dos interesses do lobby do petróleo.   Os líderes dos países que têm petróleo são depostos ou impostos conforme a sua conveniência e por sua interferência ou iniciativa.   O próprio colapso da URSS, nos anos 80, ficou a dever-se a uma intervenção sobre os preços do petróleo perpetrada por Ronald Reagan e o Rei da Arábia Saudita.   Quatro das "7 Irmãs" (Exxon, Mobil, Total, ENI)  imputaram ao Cazaquistão uma dívida de 130 mil milhões de dólares pela exploração do petróleo no mar, dívida que este país jamais terá capacidade de liquidar, o que significa que as petrolíferas tomarão,  durante as próximas 3 ou 4 gerações, conta do país e da sua população conforme lhes aprouver.   O Cazaquistão hipotecou, definitivamente, o seu petróleo e o seu futuro.  E o seu povo vive na miséria.

Mas, para melhor poder avaliar todo o contexto em que estas empresas operam em todas as partes do mundo, nada como visionar esta mini-série de 4 documentários transmitidos pela RTP2.   São 4 peças de 50 min. cujo tempo é francamente bem empregue, não só pela extraordinária qualidade e seriedade com que foram elaboradas como também pela quantidade de informação que delas extrai e que explicam tudo o que faz sofrer o mundo de hoje, unicamente em favor de um punhado de bandidos multimilionários, à custa do saque dos recursos naturais do planeta.

E somos todos nós que pagamos tudo isto, diariamente, em cada litro de combustível que metemos quando encostamos a uma bomba!   E mais...   prevejo que uma situação idêntica com um outro recurso natural, este vital - a água - venha a estabelecer-se nas próximas décadas.   Já escrevi mais abaixo sobre este assunto.

(Baseado numa sujestão da Fada do Bosque)
 
 
 A odisseia do petróleo no Irão, Iraque e Península Arábica

No Eldorado Negro - Norte de África e África Central

No confronto com a Rússia - no Cáucaso e Ásia Central

Petróleo - a origem real de toda a instabilidade mundial 
 
.
 

2 comentários:

Fada do bosque disse...

Olá Milan.

Esta série de documentários é uma mais valia para a cultura de cada um e muda a forma de como muitos vêem os acontecimentos do mundo. Alta qualidade e de coragem.

O seu post como sempre, está mesmo muito bom com o resumo que fez! :)

Quanto à pergunta que me fez ontem no meu blogue, quando vinha responder, fiquei sem net... desculpe.
Penso que a lentidão do meu blogue se deve ao peso dele mesmo e se não for um pc potente, demora a abrir´é o caso do portátil que tive.

Obrigada pela divulgação. Um abraço.

Milan Kem-Dera disse...

Olá Fada

Aliás, esta mini série sobre a exploração do petróleo e as suas estreitas ligações à maioria das guerras que têm surgido um pouco por todo o lado onde ele existe, nomeadamente a do Iraque, está intimamente ligado àquele outro documentário - "THE WAR YOU DON'T SEE" - que já publiquei por duas vezes e que os "senhores-da-guerra" não descansam enquanto não o apagam do YouTube.

Tais são as porcarias e a promiscuidade entre estas "7 Irmãs", os políticos (que chafurdam nos interesses ligados ao petróleo) e as guerras "inventadas" e concretizadas por toda esta banditagem!...

E este documentário do John Pilger punha a nu toda esta promiscuidade e mentira por detrás das guerras, motivo por que lhe cortam sempre o acesso.

Pena que eu não tenha gravado o video e o tenha colocado num outro servidor, mas para a próxima (se acaso ele tornar a ser colocado no YouTube ou noutro sitio qualquer), é isso mesmo que farei.

Aliás, daqui peço a alguém que o tenha gravado em outra plataforma (ou conheça outro servidor que o tenha), o favor de mo facilitar, que o colocarei de imediato aqui, novamente!

Um abraço