A pedrada no charco...
À primeira vista tal pergunta parece perfeitamente idiota, mas ao sabermos que se todos nós, depositantes individuais ou empresas, decidíssemos, numa acção concertada, levantar todo o nosso dinheiro dos Bancos, mais de 90% veria logrado os seus intentos. Porquê? simplesmente porque o dinheiro não existe.
Se as civilizações têm o seu início e o seu fim - a civilizações Romana e Maia são apenas dois exemplos dos mais recentes - muito mais breves são os ciclos dos sistemas, quer eles sejam políticos ou financeiros. O Capitalismo teve o seu início no séc. XVI e prosperou ao longo dos últimos 500 anos, mas nos últimos 50 o Capitalismo entrou numa espiral de loucura incontrolada, ao ponto de, actualmente, mais de 90% do dinheiro não ter existência física real nem suporte em ouro equivalente nas reservas dos países - ele tem apenas uma existência volátil nos computadores. Hoje, mais de 90% do dinheiro é virtual - existe apenas nos sistemas informáticos dos Centros Financeiros mundiais, dos Bancos Centrais e locais, e a base em que assenta é tão volátil quanto o próprio dinheiro - é a "especulação".
É cada vez mais convergente a opinião de muitos economistas de Yale, Harvard, Princeton e Stanford, sobre o fim deste sistema de "Capitalismo", apontando-lhe mesmo um horizonte temporal entre 20 e 40 anos de existência, mas também são unânimes quanto ao desconhecimento do tipo de sistema que se lhe seguirá, ou até mesmo se o novo será melhor ou pior do que este. O mundo encontra-se neste momento mergulhado na encruzilhada duma crise estrutural, não se antevendo o que se seguirá.
Neste vídeo, o sociólogo Immanuel Wallerstein tenta dar-nos, em entrevista na primeira parte, a sua visão sobre o estado actual da sociedade, que é uma verdadeira aula sobre o estado de pré-caos actual e a insustentabilidade futura do sistema capitalista, bem como a imponderabilidade da sua evolução.
Para já e para os países em desenvolvimento, os denominados "emergentes", coloca-se a pergunta: -crescer ou não crescer?... Decida você, depois de ver a entrevista com o economista Andrew Simms na segunda parte:
"O PIB mede tudo menos o que realmente importa na vida das pessoas. É uma medida da quantidade de valor financeiro de todas as trocas de bens e serviços que ocorrem na economia, não uma medida qualitativa".
"O PIB mede tudo menos o que realmente importa na vida das pessoas. É uma medida da quantidade de valor financeiro de todas as trocas de bens e serviços que ocorrem na economia, não uma medida qualitativa".
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