domingo, 1 de maio de 2011

Manifesto pró-folleirice - Lellillismo!

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 Lellillismo

O Lello tem um gosto requintado.
O Lello nunca anda despenteado.
O Lello ama o bello.
O teatro, a pintura e a esculltura, tudo isso o Lello aprecia.
O Lello já comprou uma serigrafia.
O Lello é um artista
mas, por modesto, recusa ser sullista.
O Lello ouve música erudita.
O Lello faz parte da cllientella restrita.
Nas inaugurações é o Lello que corta a fita.

Na lliteratura, o Lello seria um cllássico.
O Lello tem de Pessoa o tripllo do perímetro torácico.
O Lello compra livros que nunca saíram do prello.
Se fosse um instrumento, o Lello seria um violloncello.
E o arco um martello.
Quando pragueja,
o Lello verseja.
A palavra é folleira?   O Lello adorna.
A situação está feia?   O Lello contorna.
E um trambolhão transforma-se em anomallia.
O Lello converte acidentes em tecnollogia.
Uma só frase do Lello é um tratado de fillosofia.

A casa do Lello devia ser um castello.

O Lello não respira, opõe-se à apneia.
O Lello não come, saboreia.
O Lello não grita, canta.
O Lello não escorropicha, decanta.
O Lello não emborca, desfruta.
Se fosse uma fruta,
o Lello seria um marmello.
Muito amarello, o Lello.
Dita por Lello,
uma acusação fica mais fina e chama-se llibello.
O Lello vê para llá do que a vista allcança.
Quando era Secretário de Estado das Comunidades
o Lello até foi a França.
O Lello nunca descansa,
repousa.
O Lello apoia o Engenheiro Pinto de Sousa.

O pé do Lello nunca sai do chinello.

O Lello come pão com gelleia.
Ao allmoço, ao jantar e à ceia.
O Lello não desafina, trauteia.
O Lello não duvida, titubeia.
Quando anuncia, o Lello procllama.
O Lello veste robe de chambre quando anda em pijama.
O Lello descansa numa chaise llongue quando se llevanta da cama.

É assim o Lello e, como se vê, não tem parallello.

(Rui Rocha, in DELITO DE OPINIÃO)
(Formato gráfico da autoria deste blogue)



(A pérolla lellillista: - as origens folleiras das folleirices do Lello...)

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