quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Grécia - Auschwitz do século XXI. - É para "isto" que este governo nos quer conduzir?...

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Grécia - Auschwitz do século XXI
 
Desde que a CRISE chegou à Grécia que a vida daquele povo ficou virada do avesso.   Porém, as mudanças ocorridas na área da prestação de cuidados de saúde ultrapassaram todos as limites em que deveria assentar a dignidade da pessoa humana.   
Até Julho de 2011, a Grécia tinha um sistema de saúde normal.   As pessoas que perdiam os seus empregos recebiam cuidados de saúde, mesmo após terem perdido o direito ao subsídio de desemprego.   A partir daquela data, o governo grego assinou um acordo de empréstimo suplementar com os predadores financeiros internacionais (travestidos de idóneos representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional), onde ficou estipulado que todos os cidadãos que não tivessem seguro de saúde, não estivessem a receber subsidio de desemprego, ou não tivessem meios próprios para o pagamento dos cuidados de saúde de que necessitassem, deixariam de ser tratados nos hospitais públicos.   
Actualmente, na Grécia, existem cerca de 25% de desempregados, dos quais, metade, não recebe qualquer apoio do Estado helénico, e portanto, sem direito a ter assistência na doença.   
As mudanças verificadas no sistema público de saúde impressionam, sobretudo, no caso de cancro, cujos tratamentos são longos e onerosos.   Quando o cancro é diagnosticado em pessoas que não têm seguro de saúde, subsídio de desemprego ou posses para pagarem do seu próprio bolso o acesso aos medicamentos e tratamentos de que carecem, o Estado pura e simplesmente vota-as ao abandono, ignorando a sua própria existência.   

Face à gravidade da situação, que raia uma sórdida parecença com o genocídio seletivo e repressão maciça de tempos idos, surgiu o conceito de "Clínica Social", um movimento fora do sistema de saúde público, que o Dr. Giorgos Vidras alcunhou de "Rede Robin Hood", para cuidar dos excluídos da sociedade, em que são utilizados medicamentos doados por farmácias, empresas farmacêuticas, e até por familiares de doentes que morreram de cancro.   Mas este problema pode agravar-se exponencialmente muito em breve.   É que, vai chegar o momento em que as pessoas vão deixar de poder doar, pelos efeitos arrasadores da crise que atravessa a Grecia.   

O Dr. Kostas Syrigos, chefe do maior Serviço de Oncologia da Grécia, fez declarações públicas onde dizia que pensava já ter visto tudo na vida!    
Mas nada o preparara para enfrentar o caso de Elena, uma mulher desempregada e sem seguro de saúde, com um cancro na mama que atingira o tamanho de uma laranja e que já rasgara a pele, deixando à vista urna ferida que aquela mulher drenava, incessantemente, com guardanapos de papel.   "Fiquei sem fala quando a vi.   Toda a gente que ali se encontrava chorou.   E em verdade vos digo:    os livros de estudo descrevem coisas como aquelas, mas nunca as tínhamos visto até então", referiu aquele médico.   
A sociedade grega ficou chocada!   Tal como na revelação Bíblica, os responsáveis políticos do seu País tinham trocado a protecção dos mais desfavorecidos por "30 moedas de prata" provenientes dos "Judas" do nosso tempo.   
Na Grécia, os médicos que sejam apanhados a tentar salvar a vida daquelas "almas", pagam do seu bolso os medicamentos entregues àqueles doentes, para além de se sujeitarem a muitas outras consequências.   
Nas palavras do médico alemão Georg Pieper, o que encontrou na Grécia ultrapassou todas as suas piores expectativas: -  crianças, numa agonia pungente, ao colo de suas mães esvaídas em lágrimas, prostradas em frente aos hospitais públicos, a implorarem para tratarem das suas crianças;    mulheres grávidas, sem seguro de saúde e sem dinheiro, a acorrerem aos hospitais, suplicando para serem atendidas;   doentes internados que, para não morrerem à fome, pedem a familiares e amigos para lhes levarem comida;    médicos, enfermeiros e outros profissionais que, para além de não receberem ordenado há vários meses, se vêm obrigados a fazer a limpeza dos hospitais;   e um número incontável de pessoas a catar os restos que se encontram naqueles que são hoje os "restaurantes helénicos mais bem sucedidos da economia grega" - os  caixotes do lixo.   
 
Hoje, no País onde nasceu a democracia, estar doente não é "pronúncia do Norte"...   é prenúncio de morte.   
Há cerca de sete décadas atrás, os saques feitos aos gregos serviram para construir e alimentar os Panzers, com que pretendiam aniquilar o povo de "Homero".   Nos tempos que correm, os saques servem para pagar o material de guerra e para salvar os bancos germânicos.   São as duas faces...   de uma mesma moeda!
(Por António Rocha, In Diário de Aveiro de 07 Jan 2013) (Sublinhados deste blogue)
 
 
E eu pergunto:

É para nos conduzir até este estado que estes palhaços da ala ultra-liberal do PSD tenta, "custe o custar", implementar as suas miseráveis políticas?  
É para chegar até aqui que os "mansos" do CDS-PP continuam calados, ainda que o seu líder - Paulo Portas - seja tratado como capacho pelo trio maldito - Passos-Gaspar-Relvas - considerando-o, não como parceiro da coligação mas como uma mera "muleta", da qual se servem para impôr, ao País e ao povo, todas as sacanices com que se deleitam a infligi-las a quem não tem quaisquer culpas (trabalhadores, reformados e doentes), exclusivamente em favor do grande capital e dos banqueiros?  
É para cumprir, não aquelas mentiras meticulosamente calculadas que prometeu na campanha eleitoral que o levou ao "pote", e mais aquelas que o rapazola já havia escrito no seu livrinho "Mudar", mas, ao contrário, o oposto de tudo isso?   O Passos Coelho que escreveu aquele livro "Mudar" não pode ser o mesmo que ocupa hoje as funções de primeiro-ministro.
É para cumprir o pacto com a Nova Ordem Mundial, transformando Portugal num País de escravos, onde a vida destes nada vale e só têm direito a existir enquanto forem jovens e saudáveis, enquanto puderem trabalhar para sustentar a classe dominante sob o domínio da chibata e por uma malga de sopa?  
É para atingir este ponto que aquele "trio maldito" encomendou, como "fato por medida", aquele patético estudo ao FMI?   É para reforçar este "suposto" estudo do FMI que este "trio maldito" encomendou mais um novo estudo ("por medida"...)  à  OCDE ?
E acha o rapazola que tem legitimidade e mandato para, depois de ter sido colocado no poleiro com base numa vergonhosa "campanha da mentira", impôr ao País e ao povo aquele denominado "estudo muito bem feito"?  

E acha o rapazola que o País e o povo o vão deixar prosseguir com o seu maquiavélico plano de destruição?  

Será que o rapazola ainda se não deu conta que este povo, FINALMENTE, acordou?
 

3 comentários:

Ti Zé d'Aldeia disse...

Caro Amigo,
subscrevemos por inteiro os seus comentários, que bem complementam o texto que lhe serviu de base e que postámos também no nosso blogue, juntamente com o link para este seu:
http://aquidaldeia.blogspot.pt/2013/01/ainda-sobre-nova-solucao-final-acontece.html

Esperamos que não se importe.
Parabéns pelo seu blogue - vamos linká-lo.
Saudações,
Zé da Aldeia

Milan Kem-Dera disse...

Zé da Aldeia

Pode daqui levar e repassar tudo o que lhe agradar. O que é preciso, acima de tudo, é divulgar e informar as pessoas por todos os meios ao nosso alcance.
O que é preciso é denunciar todos os crápulas que nos trouxeram até este estado, e mais aqueles que, a coberto de uma falsa capa de competência e de verdade, e saltando por cima de todos os princípios constitucionais, nos querem transformar em pobres e submissos, "custe o que custar"!

Cordiais saudações
Milan

MVaz disse...

Um título apropriado para a realidade claramente reflectida no texto. Uma realidade que o mundo prefere esquecer como se o que se passa na Grécia fosse problema somente dos gregos. E mesmo que o fosse - mas que não é - o mundo não pode alhear-se do que lá se passa.Ou será que prefere ser cumplice de mais um holocausto, e chorar depois sobre o "leite derramado", quando começarem a ser organizadas visitas turísticas a este Auschwitz do século XXI? Pobres gregos. Pobre humanidade,de memória curta e de olhar centrado no próprio umbigo e que não quer ver que, ela própria, está a ser novamente escravizada.