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Grécia - Auschwitz do século XXI
Desde que a CRISE chegou à Grécia
que a vida daquele povo ficou virada do avesso. Porém, as mudanças ocorridas na área da
prestação de cuidados de saúde ultrapassaram todos as limites em que deveria
assentar a dignidade da pessoa humana.
Até Julho de 2011, a Grécia tinha
um sistema de saúde normal. As pessoas que perdiam os seus empregos
recebiam cuidados de saúde, mesmo após terem perdido o direito ao subsídio de
desemprego. A partir daquela data, o
governo grego assinou um acordo de empréstimo suplementar com os predadores
financeiros internacionais (travestidos de idóneos representantes da Comissão Europeia,
do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional), onde ficou
estipulado que todos os cidadãos que não tivessem seguro de saúde, não estivessem
a receber subsidio de desemprego, ou não tivessem meios próprios para o
pagamento dos cuidados de saúde de que necessitassem, deixariam de ser tratados
nos hospitais públicos.
Actualmente, na
Grécia, existem cerca de 25% de desempregados, dos quais, metade, não recebe
qualquer apoio do Estado helénico, e portanto, sem direito a ter assistência na
doença.
As mudanças verificadas no sistema
público de saúde impressionam, sobretudo, no caso de cancro, cujos tratamentos
são longos e onerosos. Quando o cancro
é diagnosticado em pessoas que não têm seguro de saúde, subsídio de desemprego
ou posses para pagarem do seu próprio bolso o acesso aos medicamentos e tratamentos
de que carecem, o Estado pura e simplesmente vota-as ao abandono, ignorando a
sua própria existência.
Face à gravidade da situação, que
raia uma sórdida parecença com o genocídio seletivo e repressão maciça de
tempos idos, surgiu o conceito de "Clínica Social", um movimento fora
do sistema de saúde público, que o Dr. Giorgos Vidras alcunhou de "Rede
Robin Hood", para cuidar dos excluídos da sociedade, em que são utilizados
medicamentos doados por farmácias, empresas farmacêuticas, e até por familiares
de doentes que morreram de cancro. Mas
este problema pode agravar-se exponencialmente muito em breve. É que, vai chegar o momento em que as pessoas
vão deixar de poder doar, pelos efeitos arrasadores da crise que atravessa a
Grecia.
O Dr. Kostas Syrigos, chefe do
maior Serviço de Oncologia da Grécia, fez declarações públicas onde dizia que
pensava já ter visto tudo na vida!
Mas
nada o preparara para enfrentar o caso de Elena, uma mulher desempregada e sem
seguro de saúde, com um cancro na mama que atingira o tamanho de uma laranja e
que já rasgara a pele, deixando à vista urna ferida que aquela mulher drenava,
incessantemente, com guardanapos de papel.
"Fiquei sem fala quando a vi. Toda a gente que ali se encontrava chorou. E em verdade vos digo: os livros
de estudo descrevem coisas como aquelas, mas nunca as tínhamos visto até então",
referiu aquele médico.
A sociedade grega ficou chocada! Tal como na revelação Bíblica, os
responsáveis políticos do seu País tinham trocado a protecção dos mais
desfavorecidos por "30 moedas de prata" provenientes dos
"Judas" do nosso tempo.
Na
Grécia, os médicos que sejam apanhados a tentar salvar a vida daquelas
"almas", pagam do seu bolso os medicamentos entregues àqueles
doentes, para além de se sujeitarem a muitas outras consequências.
Nas palavras do médico alemão
Georg Pieper, o que encontrou na Grécia ultrapassou todas as suas piores
expectativas: - crianças, numa agonia
pungente, ao colo de suas mães esvaídas em lágrimas, prostradas em frente aos
hospitais públicos, a implorarem para tratarem das suas crianças; mulheres grávidas, sem seguro de saúde e sem dinheiro,
a acorrerem aos hospitais, suplicando para serem atendidas; doentes internados que, para não morrerem à
fome, pedem a familiares e amigos para lhes levarem comida; médicos, enfermeiros e outros profissionais
que, para além de não receberem ordenado há vários meses, se vêm obrigados a
fazer a limpeza dos hospitais; e um número incontável de pessoas a catar os
restos que se encontram naqueles que são hoje os "restaurantes helénicos
mais bem sucedidos da economia grega" - os caixotes do lixo.
Hoje, no País onde nasceu a
democracia, estar doente não é "pronúncia do Norte"... é prenúncio de morte.
Há
cerca de sete décadas atrás, os saques feitos aos gregos serviram para
construir e alimentar os Panzers, com que pretendiam aniquilar o povo de
"Homero". Nos tempos que correm, os saques servem para pagar
o material de guerra e para salvar os bancos germânicos. São as duas faces... de uma
mesma moeda!
(Por António Rocha, In Diário de
Aveiro de 07 Jan 2013) (Sublinhados deste blogue)
E eu pergunto:
É para nos conduzir até este estado que estes
palhaços da ala ultra-liberal do PSD tenta, "
custe o custar", implementar as suas
miseráveis políticas?
É para chegar até aqui que os "mansos" do CDS-PP continuam calados, ainda que o seu líder - Paulo Portas - seja tratado como capacho pelo trio maldito - Passos-Gaspar-Relvas - considerando-o, não como parceiro da coligação mas como uma mera "muleta", da qual se servem para impôr, ao País e ao povo, todas as sacanices com que se deleitam a infligi-las a quem não tem quaisquer culpas (trabalhadores, reformados e doentes), exclusivamente em favor do grande capital e dos banqueiros?
É para cumprir o pacto com a Nova Ordem Mundial, transformando Portugal num País de escravos, onde a vida destes nada vale e só têm direito a existir enquanto forem jovens e saudáveis, enquanto puderem trabalhar para sustentar a classe dominante sob o domínio da chibata e por uma malga de sopa?
E acha o rapazola que tem legitimidade e mandato para, depois de ter sido colocado no poleiro com base numa vergonhosa "campanha da mentira", impôr ao País e ao povo aquele denominado "estudo muito bem feito"?
E acha o rapazola que o País e o povo o vão deixar prosseguir com o seu maquiavélico plano de destruição?
Será que o rapazola ainda se não deu conta que este povo, FINALMENTE, acordou?