O que levará o Alberto João a tapar assim o nariz? A expressão parece ser a de quem se sente fortemente incomodado com o mau cheiro das novas formas de fazer política do recém-eleito "coelhinho de todas as esperanças"...
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Uma nova forma de fazer política
Os apoiantes de Pedro Passos Coelho sempre juraram que o homem representava uma nova forma de fazer política. Não duvido. O dr. Passos Coelho é o primeiro líder da oposição que, em última instância, não se opõe a coisa nenhuma. Cada medida absurda do Governo é recebida pelo actual PSD a cinco tempos:
1) Recusa - o PSD acha a medida inadmissível;
2) Negociação - o PSD pretende obrigar o Governo a discutir a medida e forçá-lo a revê-la de acordo com as suas exigências;
3) Confusão - o PSD lança para a imprensa um nevoeiro informativo acerca das suas pretensões e do desenvolvimento da discussão que mantém com o Governo;
4) Aceitação - o PSD proclama que o interesse nacional o levou a concordar com a medida inadmissível do Governo;
5) Vergonha - o PSD pede desculpa ao País.
Numa democracia menos exótica, esta adaptação condensada dos 12 passos dos Alcoólicos Anónimos seria despachada logo que possível. Em Portugal, é um êxito.
A julgar pelas sucessivas sondagens, as intenções de voto no PSD crescem em progressão geométrica. Enquanto isso, os socialistas, autores das exactas políticas que o PSD subscreve, estão em queda livre.
Imagino que, para a semana, o eleitorado continuará a punir o PS por causa das SCUT e dos chips nas matrículas e a premiar o PSD que, depois das típicas cambalhotas, acabará em sintonia com o Governo na questão (ou questões) das SCUT e dos chips nas matrículas.
Após cinco anos em sentido inverso, o povo decidiu que o eng. Sócrates é o responsável por todas as calamidades que se abatem sobre a nação. O dr. Passos Coelho, que há meses vem legitimando as calamidades, é um herói popular.
Explicações? Não mas peçam. Talvez as desculpas do dr. Passos Coelho tenham tocado o coração das massas oprimidas. Talvez as massas andem tão cansadas do eng. Sócrates que o trocariam pelo Pato Donald ou por uma torradeira eléctrica. Talvez as massas sejam definitivamente malucas. Certo é que as massas querem o dr. Passos Coelho a primeiro-ministro, e só não vêem o desejo cumprido porque, pelos vistos, a nova forma de fazer política também implica evitar o poder a qualquer custo.
A nova forma de fazer política ainda será política ou já entra na pura fraude?
(por Alberto Gonçalves - in DN Opinião, 27 Junho 2010)
2 comentários:
"... Pato Donald ou por uma torradeira eléctrica."
Se disserem que é imperioso, para os interesses da nação, para coçar os cornos, seja o que for, não tenhas dúvidas, até votam!
Já lá vão 36 anos... e isto continua uma merda sem fim à vista.
Apetece-me demitir do cargo de votante. Só não o faço porque ainda me resta alguma lucidez. E também porque sou teimosa. E algo lírica, se por acaso houver ainda alguma esperança... sei lá...
:))****
Aliás, bem podia ficar o pato Donald na Presidência da República e a torradeira eléctrica na chefia do Governo, que a vida deste país decorreria da mesma maneira e sem qualquer alteração: - o pato Donald só serviria para ocupar o lugar, feito ornamento e sem qualquer préstimo; a torradeira serviria perfeitamente para aquilo que tem sido feito a este país: - esturrar e queimar tudo o que ainda se encontrava de pé e a funcionar!
Poderiam, pois, ser ambos substituídos pelo pato Donald e pela torradeira eléctrica que ninguém iria notar. E com uma grande vantagem: -ficariam muitíssimo mais baratos ao erário público!...
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