sexta-feira, 22 de junho de 2012

Vitor Gaspar - um "merceeiro" nas contas do Estado

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Défice do subsector Estado estava acima dos 2,7 mil milhões de euros no final de Maio, mais 700 milhões que em igual período do ano passado. Contas saem penalizadas pela quebra na cobrança de impostos indirectos, como o IVA.


Más notícias para as contas públicas.   O Estado arrecadou menos 3,5% em impostos nos primeiros cinco meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2011.   Esta quebra nas receitas torna mais complicado o objectivo de alcançar um défice de 4,5% no final de 2012.
Segundo o boletim de execução orçamental, divulgado esta sexta-feira pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO), há uma quebra de 5,9% no montante recolhido através de impostos indirectos, como o IVA (cuja taxa aumentou recentemente para 23%), até 31 de Maio.

Por outro lado, houve um ligeiro aumento de 0,3% nos impostos directos, como o IRS e o IRC, mas é insuficente para equilibrar as perdas dos impostos indirectos.
Ainda de acordo com os dados divulgados pela DGO, o défice do subsector Estado estava, no final de Maio, acima de 2,7 mil milhões de euros, mais 700 milhões que em igual período do ano passado.
A despesa do Estado aumentou 3,4%, sobretudo devido a rubricas como o pagamento de juros, mas foi registada uma redução de 7,3% nas despesas com pessoal e as compras de bens e serviços diminuem 7,9%.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, já tinha admitido esta quinta-feira que "a informação disponível sobre o comportamento das receitas não é positiva".

"Estamos um pouco preocupados"
Francisco Sarsfield Cabral, especialista da Renascença em assuntos económicos, considera que esta execução orçamental é uma "má notícia", sobretudo por causa da prestação do lado da receita.

“A grande questão é saber o que o Governo vai fazer quando é reafirmado o objectivo de 4,5% do défice.   Já não pode haver recurso a receitas extraordinárias, as privatizações também não servem para atenuar o défice deste ano.   Estamos todos muito curiosos e um pouco preocupados com o que possa acontecer”, sublinha Sarsfield Cabral.

(fonte daqui)

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