terça-feira, 20 de julho de 2010

Ainda e sempre... a Justiça que temos por cá!




 A propósito do recente acordão do tribunal sobre o autarca Isaltino de Morais«só não continuará a fazer o mesmo se não puder» - teceu o “josé” no seu blogue “porta da loja” algumas considerações que são justas preocupações de todos nós.
De entre os comentadores deste “post”, um há – JRF - que ressalta pela interessante caricatura que faz do estado da nossa justiça e do papel actual dos nossos juízes. Dada a relevância e actualidade do comentário, permito-me trazê-lo aqui, dando-lhe assim a visibilidade que, julgo, ele merece, ao invés de ficar para sempre escondido numa caixa de comentários.

Escreve ele assim:
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(...)
"Eu arranjo um emprego no Estado que consiste em limpar a merda que corre na Ribeira dos Milagres. E o Estado, para isso, dá-me um uniforme (...de pano preto até aos pés), uma colher de chá e um baldinho de praia. E passa um tipo e pergunta:
— Então homem que anda a fazer?
— Ando a limpar esta merda, não vê?
E o mirone afasta-se à gargalhada. Vem outro:
— Qual é o seu papel, camarada?
— Comigo, a merda está condenada!
Faz um gesto a indicar que devo ser maluco, goza, ri-se e vai-se embora. Nos jornais, dizem que a culpa é minha porque a Ribeira dos Milagres está cada vez mais nauseabunda. E assim sucessivamente. Um país inteiro a rir-se de mim e de outros como eu.

Das duas uma: - ou eu começava a lutar para resolver o problema ao nível das pocilgas ou exigia ferramentas adequadas ou mudava de emprego. E era o amor-próprio mínimo que me compelia a tal, não era nenhum orgulho exacerbado. E é isso que não entendo.
Isto aguenta-se porquê? Porque, no fundo, os juízes não têm realmente que sujar as mãos e o salário é jeitoso. Aplicam a lei o melhor que sabem, vão condenando uns pilha galinhas com grande autoridade e basta. Não é culpa deles e a mais não são obrigados, apesar dos resultados e da risota geral.
Anda tudo ao contrário. Queriam um país próspero e moderno, saiu isto. Acontece muito, mas não se diga que são só os políticos. Só um abalo violento vai mudar isto". – JRF

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E aí está, como em tão pouco espaço, tão curto texto e algum humor se pode descrever o estado actual da nossa justiça! Na verdade, é isto mesmo que se passa. Importa perguntar como e porquê se chegou a este ponto? Como e porquê deixaram descer tão baixo o papel superior de fazer justiça... a justiça de verdade, aquela de “olhos mesmo vendados”?...

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